Onde está a porra do meu sonho de adolescente?
Olivia Rodrigo | Brutal
AGORA
Maya Hernandez
Em alguns dias da minha vida, tenho a sensação de estar jogando roleta russa com a sorte. E, claramente, eu estou perdendo.
E quando eu digo "em alguns dias", na verdade quero dizer "quase todo dia".
A vida de universitária não é tudo o que eu esperava na minha infância: É pior! As aulas parecem não ter fim, os trabalhos são assustadores, as exigências cada vez piores, não sobra dinheiro, tempo ou vontade de viver. E, merda... não sei nem quanto tempo tem que eu não me divirto. Sim, diversão. Esse tipo de diversão. O tipo que me deixa louca, que me faz gritar até ficar rouca e fingir ter vergonha de ir para o treino no dia seguinte, apenas para exibir as marcas da minha diversão. Tem muito tempo que eu não me divirto.
Não deveria ser assim. Sabe, a vida não é justa comigo. Eu sou bonita, inteligente, esforçada, tenho talento de sobra e ainda preciso trabalhar? Qual é a vantagem, caralho?
Eu tinha sérios planos para a minha vida quando tinha treze anos e descobri que eu precisaria ter mais trabalho para conseguir ganhar um Oscar. Meu plano era incrível e, ao meu ver, impecável. Eu ia continuar suando a minha bunda bonita com as cheerleaders, porque isso sempre me rendeu uma boa promessa de futuro.
É assim que a vida funciona por aqui: você descobre o que quer fazer da vida e então descobre como chegar lá. Descobri que queria ser atriz desde cedo e meu avô foi taxativo em deixar claro que não tínhamos dinheiro para nenhum dos meus sonhos brilhantes. Ou eu dava um jeito de arcar com eles, ou ia acabar como a minha mãe: na merda.
Infelizmente, traficar drogas não ia me levar a Stanford.
Sabe como é difícil para uma garota de treze anos perceber os riscos de uma vida dupla pode levar? Honestamente, eu com certeza iria traficar drogas com os meninos do meu bairro, se não tivesse assisto o jornal daquela noite com o meu avô e descoberto sobre os adolescentes estúpidos que foram presos traficando drogas em uma escola de gente rica.
E assim a minha curta carreira de traficante chegou ao fim antes mesmo de começar, mas tenho certeza que teria sido glorioso.
Eu não tinha o dinheiro, mas tinha o talento. E, droga, nem era tanto talento assim. Tive que treinar mais do que todas para conseguir me destacar na torcida e mantive um histórico impecável porque sabia que Stanford iria me notar.
Era um plano perfeitamente traçado. Um plano que formei desde os treze aguardando exatamente o momento que eu colocasse os meus pés em Stanford. Não tinha falhas, a não ser que eu pisasse na bola. O caminho para o tapete vermelho do Oscar estava a alguns anos de distância, apenas esperando pelo momento em que eu colocasse os meus pés em Stanford.
E então... e então... eu faria alguém com dinheiro e contatos se apaixonar por mim e usaria essa pessoa até o meu prêmio.
Sendo justa, eu formei isso com treze anos de idade. Merda, como eu queria que esse plano desse certo...
Mas acontece que hoje eu sei de algo que não sabia aos treze anos: os ricos desse lugar são intragáveis. Todos eles. São a nata da injustiça disfarçados por aparências bonitas e cheiram a perfume de gente velha. E sim, eu daria a minha vida para ser um deles, mas como não sou, tenho o direito de criticar com força.
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Nossa última jogada
RomanceENEMIES TO LOVERS - SLOW BURN - JOGADOR DE FUTEBOL AMERICANO X LÍDER DE TORCIDA - ELE SE APAIXONA PRIMEIRO O que você faria se o garoto que você odeia te oferecesse dinheiro para fingir namorar com ele? Maya Hernández é uma cheerleader mal humorada...