17 - Reconciliation?

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"Eu quero te abraçar quando não deveria
Quando estou deitada ao lado de outra pessoa
Você está preso na minha cabeça
E eu não consigo te tirar dela
Se eu pudesse fazer tudo outra vez
Eu sei que eu voltaria para você"
Back to you, Selena Gomez

"Eu quero te abraçar quando não deveriaQuando estou deitada ao lado de outra pessoaVocê está preso na minha cabeçaE eu não consigo te tirar delaSe eu pudesse fazer tudo outra vezEu sei que eu voltaria para você"Back to you, Selena Gomez

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ROBERTO NASCIMENTO

— Mas nós não podemos simplesmente demitir cinco dos homens para cumprir as metas. Seria o mesmo que tirar máquinas de uma fábrica porque elas são caras - Mathias falou depois de colocar molho na sua salada de uma cor só.

Estávamos numa reunião em um restaurante, discutindo sobre o trabalho. Duas coisas que estavam me irritando: eu já tinha dado a minha ideia, que até agora parecia ser a melhor. E a outra coisa é que ainda faltavam mais de seis meses para o final do ano e eles insistiam em realizar essa mesma reunião a cada três meses, falando sempre a mesma coisa e chegando sempre à mesma conclusão.

— Acho que Roberto tem razão - Paulo pontuou, erguendo a taça como se fosse propor um brinde, enquanto olhava na minha direção. Os dois continuavam conversando sobre o mesmo assunto, até entrarem no assunto da intrusa que havia se infiltrado no batalhão para conseguir informações e Mathias estava prestes a revelar os segredos que sabia sobre a situação.

Mas o que ele revelou, eu jamais saberia. Por que foi naquele instante que eu vi Heloísa Antunes entrando no restaurante.

Era como se minha mente e todos os meus sentidos fossem atraídos para ela a qualquer instante, porque nem mesmo estava sentada perto da entrada. Estava no primeiro andar, onde ficavam as mesas maiores, que geralmente eram reservadas para reuniões como a que estava tendo, ou grupos de amigos o andar de baixo, com a mesas menores que comportavam no máximo quatro cadeiras, geralmente eram ocupadas por casais ou famílias pequenas. Mas ainda assim eu vi o exato instante em que ela entrou, usando um vestido quase da cor da sua pele e seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo onde tinha duas mechas soltas.

Meu coração disparou dentro do meu peito apenas por vê-la depois de quase duas semanas, mas ainda mais acelerado ele ficou quando vi que ela não estava sozinha - mas dessa vez não de alegria. Logo atrás dela, parecendo em dúvida se deveria colocar ou não uma mão nas suas costas, estava o tal garoto que tinha dado carona para ela depois da tarde de estudos na minha casa. O mesmo que tinha tecido elogios a respeito da inteligência de Heloísa.

A vontade que eu tinha era levantar naquele mesmo instante e tirar satisfações com os dois, mas no mínimo ia assustar o tal de Téo. E eu gostando ou não, não me devia nada. Eu era casado, afinal. Que direito eu tinha de lhe exigir qualquer coisa, e ainda mais fidelidade? Sim, eu tinha dito que ela era minha, mas aquele era apenas o meu desejo. Não significava que era verdade.

Ainda assim, foi impossível continuar me concentrando na reunião, me limitando apenas a assentir ou murmurar vagos "sim" ou "não" sempre que achava necessário. Meu olhar desviava a todo instante para os dois sentados perto de uma das janelas em uma mesa para apenas dois lugares, do outro lado do enorme salão. E eu quase gemi de frustração quando vi aquele moleque tentando pegar a mão de Heloísa sobre a mesa. Não sei se não percebeu sua intenção ou fez de propósito, mas ela puxou a mão no mesmo instante, passando o resto do jantar com elas sobre o colo. Mesmo àquela distância, eu consegui ver quando o idiota tentou pedir vinho depois de avaliar o cardápio com cuidado, provavelmente apenas tentando impressionar. Mas o garçom foi firme, mesmo depois de ter sido afastado da mesa com Téo, que pareceu ter tentado lhe passar alguma espécie de suborno, ao que o garçom apenas meneava a cabeça com firmeza. No fim, foi com um sorriso que eu o vi voltando à mesa e depois um coquetel foi servido desde a entrada até a sobremesa.

Sete minutos no paraíso - Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora