"Eu quero te abraçar quando não deveria
Quando estou deitada ao lado de outra pessoa
Você está preso na minha cabeça
E eu não consigo te tirar dela
Se eu pudesse fazer tudo outra vez
Eu sei que eu voltaria para você"
Back to you, Selena GomezROBERTO NASCIMENTO
— Mas nós não podemos simplesmente demitir cinco dos homens para cumprir as metas. Seria o mesmo que tirar máquinas de uma fábrica porque elas são caras - Mathias falou depois de colocar molho na sua salada de uma cor só.
Estávamos numa reunião em um restaurante, discutindo sobre o trabalho. Duas coisas que estavam me irritando: eu já tinha dado a minha ideia, que até agora parecia ser a melhor. E a outra coisa é que ainda faltavam mais de seis meses para o final do ano e eles insistiam em realizar essa mesma reunião a cada três meses, falando sempre a mesma coisa e chegando sempre à mesma conclusão.
— Acho que Roberto tem razão - Paulo pontuou, erguendo a taça como se fosse propor um brinde, enquanto olhava na minha direção. Os dois continuavam conversando sobre o mesmo assunto, até entrarem no assunto da intrusa que havia se infiltrado no batalhão para conseguir informações e Mathias estava prestes a revelar os segredos que sabia sobre a situação.
Mas o que ele revelou, eu jamais saberia. Por que foi naquele instante que eu vi Heloísa Antunes entrando no restaurante.
Era como se minha mente e todos os meus sentidos fossem atraídos para ela a qualquer instante, porque nem mesmo estava sentada perto da entrada. Estava no primeiro andar, onde ficavam as mesas maiores, que geralmente eram reservadas para reuniões como a que estava tendo, ou grupos de amigos o andar de baixo, com a mesas menores que comportavam no máximo quatro cadeiras, geralmente eram ocupadas por casais ou famílias pequenas. Mas ainda assim eu vi o exato instante em que ela entrou, usando um vestido quase da cor da sua pele e seus cabelos amarrados em um rabo de cavalo onde tinha duas mechas soltas.
Meu coração disparou dentro do meu peito apenas por vê-la depois de quase duas semanas, mas ainda mais acelerado ele ficou quando vi que ela não estava sozinha - mas dessa vez não de alegria. Logo atrás dela, parecendo em dúvida se deveria colocar ou não uma mão nas suas costas, estava o tal garoto que tinha dado carona para ela depois da tarde de estudos na minha casa. O mesmo que tinha tecido elogios a respeito da inteligência de Heloísa.
A vontade que eu tinha era levantar naquele mesmo instante e tirar satisfações com os dois, mas no mínimo ia assustar o tal de Téo. E eu gostando ou não, não me devia nada. Eu era casado, afinal. Que direito eu tinha de lhe exigir qualquer coisa, e ainda mais fidelidade? Sim, eu tinha dito que ela era minha, mas aquele era apenas o meu desejo. Não significava que era verdade.
Ainda assim, foi impossível continuar me concentrando na reunião, me limitando apenas a assentir ou murmurar vagos "sim" ou "não" sempre que achava necessário. Meu olhar desviava a todo instante para os dois sentados perto de uma das janelas em uma mesa para apenas dois lugares, do outro lado do enorme salão. E eu quase gemi de frustração quando vi aquele moleque tentando pegar a mão de Heloísa sobre a mesa. Não sei se não percebeu sua intenção ou fez de propósito, mas ela puxou a mão no mesmo instante, passando o resto do jantar com elas sobre o colo. Mesmo àquela distância, eu consegui ver quando o idiota tentou pedir vinho depois de avaliar o cardápio com cuidado, provavelmente apenas tentando impressionar. Mas o garçom foi firme, mesmo depois de ter sido afastado da mesa com Téo, que pareceu ter tentado lhe passar alguma espécie de suborno, ao que o garçom apenas meneava a cabeça com firmeza. No fim, foi com um sorriso que eu o vi voltando à mesa e depois um coquetel foi servido desde a entrada até a sobremesa.
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Sete minutos no paraíso - Capitão Nascimento
FanficOnde Roberto Nascimento é um homem casado que acaba envolvendo-se mais do que deveria com uma amiga de seu filho. Adaptação da versão Camren de whyjaurelesba