Capítulo sete: Numero trocado

26 4 0
                                    

Tsukishima Kei

"Oh, é engraçado como

Os sinais de alerta podem parecer borboletas."

-Graveyard, Halsey.

Observo Yamaguchi sair da sala, me deixando sozinho ali e agradeço mentalmente por isso. Meu coração está batendo tão rápido que sinto que a qualquer momento ele sairá do lugar e eu o vomitarei.

Achei que Yamaguchi fosse me beijar dada toda aproximação dele. Devo admitir, com muita raiva, que no fundo eu desejei ter seus lábios grudados aos meus por menor que fosse o tempo.

Sua tentativa falha de esconder 0 descontentamento em seu rosto ao ver o chupão que o idiota do Kuroo deixou em meu pescoço não passou despercebido, mas não ousei dizer nada sobre aquilo. E de fato fiquei surpreso com suas investidas de mais cedo, mas fiquei mais surpreso ainda quando ele me segurou pelo casaco e veio pra cima, por um momento me esqueci da raiva sob minha pele.

Acaricio minha nuca e tiro o óculos do rosto, me sento na mesa e apoio minhas mãos sobre meu rosto e respiro fundo.

Que inferno.

Ergo minha cabeça e volto com o óculos para o rosto, me levanto e puxo minha mochila de volta a jogando em meu ombro. Me preparo para seguir até a porta, mas paro quando noto um fio na parte debaixo da mesa de Yamaguchi. Me aproximo, puxo o fio e seguro o celular antes que o mesmo caia no chão.

Pressiono a língua na bochecha e penso um pouco, eu poderia deixar aqui e fingir que não vi.

Ou eu poderia levá-lo para a quadra e entregar ao idiotayama e devolvê-lo ao dono.

Sigo pela segunda opção, não quero o capitão ou Sugawara falando que eu deveria me dar bem com o novato do time ao invés de ficar olhando pra ele de cara feia. Palavras deles, não minha. Eu tenho um rosto bonito.

🎧

O professor conseguiu um amistoso para sábado de manhã contra os Nekoma.

Para sábado de manhã. Contra os nekoma.

Eu realmente não queria ver o Kuroo por hora, mas talvez esse não seja o plano do universo para mim.

Toco meu pescoço e pressiono os dedos ali, sentindo o local ainda dolorido, e a única coisa que se passa em minha cabeça é um monte de palavrões direcionados ao capitão dos nekoma.

Eu me pergunto o que eu tenho na cabeça por topar deixá-lo me levar até em casa e, para piorar tudo, aceitar ficar com ele. Novamente.

Eu queria me enforcar até dizer chega.

E pra piorar tudo, ele fez o que eu menos gosto: me deixou um chupão. "Ah que não sei o que lá, eu acho bonito". Bonito?! Bonito é a marca da minha mão na cara daquele bastard0! Essa porra dói depois e pra esconder é uma porra.

Eu juro que ainda mato aquele gato vira-lata.

Espanto meus pensamentos sobre Kuroo, não quero voltar na noite de segunda quando ele deixou o chupão, mesmo sabendo que eu detesto, e da discussão que tivemos depois.

O idiota ainda diz que fez aquilo por ciúmes. Ciúmes do que, caralho?! Ele não quis me dizer.

Pulo no momento certo e mesmo assim a bola toca, viro meu rosto e grito para Noya.

- Tocou!

O libero pega a bola com facilidade, dando sua cambalhota idiota no chão e a bola volta a subir, indo para o outro lado da quadra.

Te amo, idiota - Em pausaOnde histórias criam vida. Descubra agora