Algumas semanas depois.
Pov: Isabel.
Eu odeio estudar, ter que ficar ouvindo os professores falando coisas que ninguém entende, pelo menos eu não. Minha mãe ainda me obriga a vir todos os dias, não posso mais faltar nenhum. Os alunos normalmente me excluem por eu nunca ter dito com o que minha mãe trabalha e pelo fato de eu ter duas mães. Sinto que estou sempre deslocada, como se não fizesse parte do grupo. É frustrante ter que lidar com isso todos os dias, sem ter um momento de paz ou um lugar onde me sinta aceita.
Parece que todo mundo na escola já tem sua vida perfeitamente organizada e eu estou aqui tentando apenas sobreviver a cada aula. Às vezes, fico me perguntando se vale a pena continuar tentando, se em algum momento isso vai mudar ou se vou continuar me sentindo assim, invisível e incompreendida. O mais difícil é que não posso falar sobre isso com ninguém, nem mesmo com minha melhor amiga, Sofia. Tenho medo de que, se ela souber, me veja de um jeito diferente ou me julgue, e eu não suportaria perder a única pessoa com quem ainda consigo me abrir um pouco.
Enquanto isso, meus dias passam sem que eu encontre uma razão verdadeira para estar aqui, além da obrigação imposta pela minha mãe. Queria poder explicar para ela como me sinto, mas tenho medo de decepcioná-la. Então, continuo vindo, dia após dia, tentando encontrar algum sentido em meio a todo esse caos, mesmo que pareça impossível.
Sempre sento na última mesa para que ninguém me perturbe ou que nenhum professor perceba minha presença. É muito chato ter que ficar respondendo todas as perguntas que fazem. Tento ser o mais invisível possível, escondida atrás dos meus cadernos e do meu cabelo. Enquanto os outros alunos parecem participar animadamente das aulas, eu me isolo no meu próprio mundo, apenas esperando o tempo passar.
Professor: Isabel!
O som da voz do professor corta meus pensamentos, mas ainda estou perdida demais para perceber que é comigo. Ele chama novamente, mais alto desta vez, e sinto todos os olhares da turma se voltando para mim. Meu coração acelera, e sinto meu rosto esquentar de vergonha. O professor parece impaciente, esperando por uma resposta que eu não ouvi a pergunta.
Professor: Isabel, você pode nos dar a resposta?
Ele repete, e só então eu me dou conta de que estou sendo chamada. Tento recuperar o fio da conversa, mas minha mente está vazia. Todo mundo me olha, esperando que eu fale alguma coisa, qualquer coisa. O silêncio é insuportável.
Finalmente, uma colega sussurra a resposta para mim, e eu repito baixinho, quase sem voz. O professor dá um leve aceno de cabeça e continua a aula, mas eu ainda sinto os olhares sobre mim. Tento me encolher na cadeira, desejando poder desaparecer completamente.
Por que isso sempre tem que acontecer? Se eu pudesse, simplesmente desapareceria, mas não posso. Então, continuo sentada ali, na última mesa, presa nos meus pensamentos e tentando sobreviver a mais um dia de escola.
A Sofia estuda em outra sala e os únicos amigos que tenho são os amigos dela então eu não acho nada legal ficar a manhã inteira na sala de aula sem ter o que fazer obviamente.
[...]
Cheguei em casa estressada depois da manhã infernal que foi naquela escola, parecia que as horas não passavam.
Beatriz: Filha como foi a aula?
Ouço minha mãe, que estava sentada no sofá da sala, perguntar algo quando entro pela porta, voltando da escola. Decido não responder. Já estou de castigo e ainda falta uma semana pra acabar. Se eu falar alguma palavra nesse momento, fico de castigo pelo resto da minha vida.
Ela insiste, se aproximando, e meu coração bate mais rápido. Tento parecer ocupada tirando os livros da mochila, mas nada faz sentido. Cada segundo de silêncio parece uma eternidade.
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𝕆 𝕥𝕒𝕝 𝕒𝕞𝕠𝕣
Fanfiction𝗕𝗲𝗮𝘁𝗿𝗶𝘇 𝗲́ 𝘂𝗺𝗮 𝗷𝗼𝘃𝗲𝗺 𝗿𝗲𝘃𝗼𝗹𝘁𝗮𝗱𝗮 𝗰𝗼𝗺 𝗼𝘀 𝗽𝗮𝗶𝘀 𝗲 𝗱𝗲𝘀𝗮𝗰𝗿𝗲𝗱𝗶𝘁𝗮𝗱𝗮 𝗱𝗼 𝗮𝗺𝗼𝗿 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝗻𝗰𝗼𝗻𝘁𝗿𝗮 𝗣𝗿𝗶𝘀𝗰𝗶𝗹𝗮. 𝗔 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗮 𝗶𝗺𝗽𝗿𝗲𝘀𝘀𝗮̃𝗼 𝗾𝘂𝗲 𝗲𝗹𝗮𝘀 𝘁𝗲𝗺 𝘂𝗺𝗮 𝗱𝗮 𝗼𝘂𝘁𝗿𝗮...