♡ ݂ ׂ Descoberta - 10

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Reserva da matilha Quileute  — Casa de Paul Lahote

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Reserva da matilha Quileute Casa de Paul Lahote

Narração por Rose Swan

Respirei fundo antes de me virar devagar em direção a voz firme que saiu da garganta de Paul. Quando finalmente nossos olhos se encontraram, eu o notei com um semblante sério, mas não o suficiente para ser associado a raiva, era um tipo de sentimento que eu não consegui nomear.

— Oi, Paul. — Dei um sorriso nervoso e desviei o olhar para a cesta de doces que havia deixado na mesa da cozinha. — Sam me contou que você veio tomar um banho e eu quis fazer uma surpresa.

Paul se manteve em silêncio, olhando ao redor discretamente. Trajava uma bermuda jeans e uma blusa regata cinza, os pés descalços e os cabelos molhados. Eu estava me sentindo desconfortável, uma intrusa, não foi certo entrar na casa dele e mexer nas coisas sem autorização, a culpa já estava me corroendo e eu foquei em arrancar as pelinhas do canto dos dedos da mão.

Suspirei fundo, as palavras de Emily vieram à minha mente. Eu era o imprinting dele, sabia disso, apesar de não saber exatamente o quanto isso me fazia especial para ele. Os cabelos molhados do lobo escorriam água, eu sabia que com o tempo gelado ele pegaria uma gripe se não os secasse, então em silêncio, tratei de me aproximar.

Quando retirei a toalha das mãos firmes de Paul, ele não se afastou, se manteve imóvel, ainda sem pronunciar uma palavra. Os olhos dele se fixaram no chão, e eu logo tratei de segurar a toalha, esticar os pés o suficiente para alcançar o topo da cabeça dele e começar a secar os cabelos. Pude notar que a respiração de Paul tremeu, mas nada disse a respeito. No momento que reuni coragem, dei uma puxada no ar e me arrisquei a falar novamente.

— Sinto muito. — Os olhos de Paul que estavam encarando o chão se encontraram aos meus rapidamente. — Eu não devia ter invadido sua privacidade e mexido nas suas coisas. — Continuei com os movimentos das mãos, fazendo um leve carinho no rapaz.

— Eu não estou bravo com você, Rose. — suspirou antes de prosseguir. — Nunca estive nem perto disso, eu só estava preocupado. — as mãos fortes e masculinas alcançaram as minhas.

— O que aconteceu no estacionamento da escola? Você parecia bem nervoso com o Emmett. — Respondi no momento em que ele entrelaçou nossos dedos.

Os olhos de Paul olharam ao redor, mas ele logo tratou de me encarar novamente e responder minha pergunta.

— Emmett, ele é um Cullen. — Prendi a respiração com a descoberta. — Ele é irmão de Edward, o sanguessuga da sua prima.

Agora quem se encontrava em silêncio era eu, isso significava que todos que fiz amizade na escola eram vampiros. Os olhos frios e vermelhos de Laurent vieram à minha memória, mas tratei de balançar a cabeça para afastar o pensamento.

Alice e Emmett não eram Laurent! E esse era o pensamento que eu tinha que manter em mente no momento, eles eram gentis. Emmett me protegeu na escola, Alice riu comigo e me olhou de forma afetuosa.

— Mas isso não os faz ruins, né? — suspirei me afastando de Paul. — É tão difícil associar aquelas pessoas com vampiros. Sempre achei que todos fossem crueis, mas hoje o Emmett me salvou de um roxo, sabe? E Alice — respirei fundo. — Ah, a Alice... foi tão carinhosa. Não sei o que pensar, Paul.

Meus olhos estavam cheios de lágrimas, e por um momento me senti egoísta. Rapidamente me recordei de Seth, o mais novo da matilha. A forma como ele me dizia que os Cullens não eram tão ruins, um diálogo nosso no hospital se fez presente em minha mente;

Hospital Geral de Forks - Lembrança por Rose Swan.

"Eu ainda estava no hospital, os meninos da matilha revezavam entre ficar comigo no território dos frios e fazer as rondas por La Push. Hoje era o dia de Seth, o caçula. Ele era divertido e nós tínhamos muito em comum. Parecia um irmãozinho meu, apesar da nossa idade ser quase a mesma.

— O Charlie tá bem abatido, né Rose? — Desviei meu olhar da janela para Seth, que estava sentado na poltrona ao lado da maca assistindo um jogo na tv do quarto.

Suspirei e olhei com carinho, um menino tão novo e já órfão de pai, estar comigo era uma forma de se distrair do luto também.

— E ele nem sabe da verdade, imagina descobrindo que a Bella fugiu com assassinos que poderiam sugar todo o sangue dela. — Um arrepio passou pelo meu corpo, o pensamento da minha prima machucada me dava calafrios.

A risada de Seth era boa de se ouvir, mas ele parou abruptamente e me encarou.

— Os Cullen não são maléficos igual a matilha faz parecer. Sei que sou zoado pela minha compaixão e muitos dizem que isso me faz fraco, mas no final, Rose, os Cullen também já foram humanos. — Seth se levantou da poltrona e foi até a janela, abrindo-a para entrar um pouco de ar no quarto. — E eles se dizem condenados por conta da vida que tem, é como se fosse uma maldição de certa forma.

Fiquei em silêncio, eu não os conhecia para rebater Seth e sempre carrego comigo certo ditado que minha avó disse uma vez; "Se não há nada bom a dizer, então que não diga nada."

O silêncio entre nós era confortável e aproveitei para descansar os olhos com o vento em meu rosto."

Eu era tão egoísta, ignorei o que o Seth disse, achando que ele era muito inocente para entender a situação, mas na verdade, a inocente era eu. Como não percebi que Alice e Emmett eram vampiros? E eles se achavam condenados, imaginar Emmett, que era tão risonho e feliz, sofrendo internamente parecia um pensamento errado, como se fosse impossível que ele estivesse infeliz.

De qualquer forma, saí de meus pensamentos quando senti um carinho de Paul em minha cabeça.

— Ah, coelhinha. — Os olhos de Paul carregavam um misto de carinho e outro sentimento que eu não soube interpretar. — É claro que você veria bondade neles, você costuma enxergar o melhor em nós.

Não entendi o que ele quis dizer com "nós", mas antes de perguntar, Paul foi em direção a cozinha e pegou um dos bolinhos na cesta que eu havia deixado na mesa.

— Sinto tanto pela visão caótica e primeira impressão tenebrosa que você teve da minha casa. — Paul deu uma mordida no bolinho em sua mão e começou a mastigar devagar. — Eu tento manter a casa organizada dentro do possível, mas sempre que limpo o velho dá um jeito de sujar pior.

Franzi o cenho com suas falas enquanto o observava comer mais bolinhos.

— Meu pai se tornou alcoólatra depois que a minha mãe faleceu, muitos anos atrás. Me assustei quando ouvi barulho na casa e senti seu cheiro, achei que você pudesse ter se encontrado com ele e eu prefiro que isso não aconteça nunca. — Me aproximei de Paul devagar e o senti ficar tenso quando o abracei pelas costas. — Ele é instável e já agrediu alguns moradores da reserva, principalmente mulheres.

— Tá tudo bem, Paul. Eu entendo, e prometo não vir até aqui sem sua permissão — Encostei minha cabeça em suas costas. — Não quero lhe deixar preocupado.

Seu corpo tremeu novamente.

— Obrigado pela limpeza, apesar de me sentir culpado. — Paul se virou de frente para mim e encostou nossas testas. — Não estou acostumado com carinho, Rose. Muito menos atos de amor.

Dei uma risadinha um pouco alta e passei meu nariz no dele.

— Se depender de mim, Paul. Vai receber muitos carinhos e atos de amor no futuro. — Tomei coragem e lhe dei um selinho, quando me afastei o vi abrir um sorriso lindo. — É uma promessa.

Com o sorriso maior, Paul me deixou um beijo na testa e logo me tratou de puxar para a cesta dos bolinhos, me fazendo comer alguns. Além de elogiar minha decoração com chantilly e granulado.


Hold On - Paul LahoteOnde histórias criam vida. Descubra agora