Capítulo 13: Pressão de sentimentos

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O dia das quartas de final chegou, e a ansiedade estava no ar. Inglaterra enfrentaria a Suíça em um jogo decisivo, e eu estava nas arquibancadas, nervosa e tomada por uma ansiedade tremenda. Fred, como sempre, estava ao meu lado, junto com Jobe, o irmão de Jude. O estádio estava lotado, com a torcida inglesa fazendo um espetáculo de apoio. Eu me esforcei para manter a calma, tentando transmitir boas vibrações para Jude, mesmo à distância. Quando o jogo começou, era perceptível que a Suíça era uma seleção difícil de enfrentar, e Southgate parecia um técnico perdido, como alguém que tinha várias Ferraris nas mãos, mas não sabia dirigi-las.

Aos 75 minutos do segundo tempo, a Suíça marcou o primeiro gol, deixando a torcida inglesa apreensiva. Jude, como sempre, estava dando tudo de si em campo, liderando o meio-campo com habilidade e determinação. Depois de tomar o gol, a equipe inglesa pareceu querer tomar conta do jogo, e cinco minutos depois, Saka fez o gol do empate. Nós três – eu, Fred e Jobe – fomos à loucura na arquibancada, nos abraçamos, gritamos, pulamos. Naquele momento, parecia que eu era inglesa de fato.

A prorrogação trouxe mais ansiedade, mas a perspectiva dos pênaltis era ainda pior. Eu torcia para que algum talento individual inglês se sobressaísse em algum momento. Os pênaltis são sempre um teste de nervos, e desta vez não foi diferente. A tensão era palpável, tanto no estádio quanto na minha mente. Fred segurava minha mão direita firmemente, enquanto Jobe segurava a esquerda. Eu mal conseguia respirar.

A sequência de pênaltis foi dramática. Cada gol e cada defesa eram acompanhados de suspiros e gritos. Finalmente, chegou a vez de Jude. Ele caminhou até a marca do pênalti, com os olhos fixos no goleiro. O estádio estava em silêncio absoluto. Jude chutou com força e precisão, e o goleiro suíço não teve chance. A bola foi para o fundo da rede, e a Inglaterra acabou vencendo nos pênaltis, avançando para as semifinais contra a Holanda. A alegria e o alívio tomaram conta de mim, e eu sabia que Jude também estava se sentindo melhor.

Após o apito final, desci rapidamente para o campo. Usando meu passe especial, consegui chegar perto do túnel que levava aos vestiários. Vi Jude, ainda no campo, celebrando com seus companheiros. Quando ele me viu, um sorriso aliviado e feliz iluminou seu rosto. Ele veio até mim, e eu o envolvi em um abraço apertado, sentindo a emoção da vitória.

— Eu sabia que você conseguiria! — eu disse, segurando seu rosto entre minhas mãos.

— Foi difícil, muito difícil. Obrigado por vir e me apoiar. — Jude respondeu, olhando profundamente em meus olhos.

— Você foi incrível lá fora. Estou tão orgulhosa de você. — respondi. Estávamos tão próximos que eu podia sentir a tensão e a atração entre nós. Minhas mãos no seu rosto e ele olhando nos meus olhos fixamente não ajudavam. Tomei a iniciativa de selar nossos lábios.

Senti as mãos de Jude irem para a minha cintura e o nosso beijo ir se intensificando cada vez mais, eu estava definitivamente ferrada.
Nos separamos ao ouvir um "hmhm" de Jobe. Me afastei de Jude enquanto Fred riu disfarçadamente.

— Tudo bem, gente. Vocês são namorados! — Jobe riu e nos olhamos brevemente.

Fui para perto de Fred enquanto Jobe conversava e parabenizava Jude.

— Então quer dizer que a senhorita estava protagonizando um beijão no meio do corredor? — Fred falou baixo em português para que os outros não pudessem ouvir e se ouvissem não entendesse. — E nem vem dizer que é coisa do contrato, não tinha ninguém além de vocês. Há quanto tempo isso tá rolando, Olivia Barbosa Rhossard?

— Fred, eu não sei o que aconteceu. Estávamos próximos e... eu quis beijá-lo. Eu tomei a iniciativa. — falei, olhando para Fred e em seguida passando a mão no cabelo sem saber o que fazer. — E agora?

— Ah, não é pra tanto, eu não sei como isso só aconteceu agora. — Ele sorriu — Se fosse eu, já teria agarrado aquele homem há muito tempo.

— Frederico! — disse, repreendendo ele. — Eu acho que estou confundindo as coisas.

— Não se culpe tanto, era de se esperar que isso fosse acontecer. Vocês passam muito tempo juntos, agem como se fossem namorados e ultimamente vocês estão muito próximos. É normal que isso aconteça.

Fred tentou me tranquilizar, mas fomos interrompidos por Jude e Jobe chamando a gente.

— Eu preciso ir — Jude disse, olhando nos meus olhos. — Qualquer coisa, me manda mensagem.

Ele me deu um selinho rápido e se despediu do irmão e de Fred.

Enquanto ele se afastava, senti uma mistura de emoções. A pressão da mídia, a tensão dos jogos, e agora, esse novo nível de intimidade com Jude. Retornei para o hotel com Fred ansiosa para ver Storm, assim que abri a porta foi revelada uma pequena bolinha de pelo cinza que me esperava.

— Ei, meu amor, a mamãe chegou! — Peguei ele e dei uma fungada em sua barriga, em seguida alisei seu pelo. — Você foi a melhor coisa que me aconteceu nesse país, Storm.

Ele miou, e foi a coisa mais fofa que eu já vi na minha vida. Definitivamente, eu nasci para ser mãe de pet.

— Vamos deitar e maratonar todos os Harry Potter com a mamãe? — Eu mesma entendi que ele concordou e fomos para cama.

Depois do segundo filme, Storm se encontrava em sono profundo, e recebi uma mensagem de Jude perguntando se eu estava bem. Ali caiu a ficha do que tinha acontecido hoje. Talvez eu estivesse confundindo as coisas, é um homem muito bonito, atraente, isso era impossível de negar e agora estava sendo atencioso, dedicado e fofo. Tentei afastar esses pensando focando no filme mas não consegui.

— Será que eu sou iludida? — Falei sozinha e olhei para Storm na esperança dele acordar e me escutar. — Um cara me trata bem e eu já me derreto igual manteiga, eu sou uma idiota mesmo.

E aparentemente doida também, conversando sozinha, pensei. Resolvi não responder Jude e me virei para dormir, mas meu coração estava inquieto. Fechei os olhos e, enquanto abraçava Storm, decidi que tentaria enfrentar todas as minhas emoções no dia seguinte.

Contrato de amor - Jude Bellingham Onde histórias criam vida. Descubra agora