Taehyung era um homem com uma carreira de sucesso. Diretor geral de uma empresa de marketing e propaganda, aos quarenta e três anos, já havia conquistado tudo que um homem poderia querer, a não ser por uma única coisa: o amor.
Jeongguk era um aventu...
"Surreal Toque psíquico Caso visceral Eu deixo por escrito Doce conjugal Desejo cítrico Noite em claro, derretendo o tempo, o corpo, oração, teu acalento Surreal, eu deixo por escrito Caso visceral, toque psíquico Doce conjugal, desejo cítrico Noite em claro, derretendo o tempo, ocorpo, oração, teu acalento"
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Era uma quarta feira qualquer. Uma garoa irritante caía durante a noite fria, fazendo as pessoas correrem para debaixo de qualquer lugar seguro das gotas finas e geladas. Era tarde, muito mais tarde do que o fim de expediente da maioria. O sabor de ainda estar longe do fim de semana era desagradável e refletia nos ombros sempre tensos de Taehyung, que segurava o volante com uma das mãos para massagear a lateral de sua cabeça com a outra. Horas extras eram donas de uma dor de cabeça iminente.
Ele ligou o limpa vidros com preguiça, aproveitando para dar seta em seguida. O aquecedor do carro fazendo os vidros embaçarem. O rádio tocava um sucesso recente de mais uma música melosa de amor de um dorama famoso. Era irritante que aquilo sempre acontecia. Mais irritante ainda Taehyung sempre se pegar cantando junto.
Ele tinha esse hábito que sabia que era ruim, mas não conseguia desapegar. O dia dos namorados estava próximo, então toda a cidade parecia estar se apaixonando por uma ilusão capitalista. Era a época que Taehyung mais trabalhava. O cansaço o impedia de pensar demais sobre o fato de que ninguém estava esperando por ele quando chegasse em casa. Também era uma boa desculpa para não atender as ligações de sua mãe, que estava sempre perdendo noites de sono pelo seu filho de quarenta e três anos que nunca se casou.
Taehyung não nasceu para o amor. Ele tinha certeza disso.
Ele estava pensando sobre isso quando parou no sinal vermelho próximo a seu condomínio. O trânsito leve fazendo sua concentração viajar para lugares diferentes. Talvez não jantasse naquela noite, nada parecia abrir seu apetite.
— Não seja uma criança, Taehyung. Vamos lá... — ele falava consigo mesmo, porque sabia onde aquilo ia dar.
Um redemoinho de memórias desconfortáveis e uma porção de encontros falhos. Taehyung se sentia um alienígena às vezes. Talvez a mulher que sua mãe tanto sonhava para si estivesse em outro planeta, explicaria a razão de não ter conseguido fazer dar certo com nenhuma sendo um morador da terra.
Taehyung sempre dava as mesmas voltas neste assunto, mas não tinha vontade de pegar uma estrada diferente.
A coisa engraçada sobre a vida é que ela nem sempre te obrigada a mudar sua rota. Taehyung desejou por anos de sua juventude sentir o sabor de algo que todos a sua volta pareciam se deliciar. Ele sonhou e sonhou. Esperou. Até que a espera de um sonhador começar a ter um gosto amargo. Ele pensou sobre todas estas coisas antes de frear o carro bruscamente.