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Helena

── Eu amo o nascer do sol na praia — comentei, fotografando o momento em que o sol começava a raiar, mesclando no céu as cores de laranja com azul e um pouco de roxo. Acho lindo!

Nessa noite, mal ficamos na festa. Decidimos vir para um lugar que traz paz para nós dois: a praia. E tudo fluiu com tanta naturalidade, a conversa só acontecia, e eu gosto disso.

── Maresias é sua favorita, né?

── Faz uma pose, vou tirar uma foto sua — falei, me virando de frente para ele, e ele sorriu. ── Não, fica de costas para o mar!

Ele obedeceu e ficou na minha frente, de costas para o mar e o nascer do sol. Então, tirei algumas fotos que, definitivamente, ficaram lindas! Consegui focar no céu mesclado de cores e também no oceano, com a resolução um pouco baixa no Medina.

── Me manda depois, vou postar no Instagram. — falou indiferente, e eu concordei com a cabeça.

── Pode deixar! Respondendo à sua pergunta, sim, Maresias é minha favorita, mas eu simpatizo muito com Ipanema e também a Praia do Rosa! — contei animada, e ele parecia atento a cada fala minha. ── Eu vinha para Maresias direto com o meu pai quando era criança. Sabe o que ele me contava?

── Quero saber! — respondeu com um sorriso de canto.

── Que Deus não é um ser místico sobrenatural como as pessoas pintam. Ele existe, mas está ao nosso redor e é a própria natureza. Minha mãe chamava ele de doido, e talvez ele realmente fosse, mas isso me fez ser tão próxima disso tudo! Sou apaixonada, fascinada por tempestades, ventos fortes, ar livre, chuva, praias... — citei, contando nos dedos, e ele riu, negando com a cabeça.

── Sabe uma coisa que me intriga em você?

── O quê?

── Você tem literalmente a cara fechada para tudo e todos. Tudo que ouvi sobre você é que você era extremamente estressada e pior do que um furacão, mas essa noite você foi tão...

── Tranquila? — completei, sentindo um breve sorriso brotar em meus lábios enquanto o surfista concordava com a cabeça. ── Quem disse que eu sou pior do que um furacão? E por que eu sinto que foi o Pedro? — Ele riu.

── Que treta que vocês têm? — perguntou com um sorriso divertido. ── Sério, eu preciso saber porque ele não quis me contar!

── Ah, sabe quando você é muito amiga de uma pessoa, aí outra pessoa faz tua amiga sofrer e você acolhe o choro? Meio que não tem como não pegar raiva. — Resumi a história, e ele encarou meus olhos. ── Isso aconteceu por anos!

── Marina. É, eles têm um relacionamento de longa data!

── E você? — perguntei interessada. ── Você já namorou?

Então ele encarou a areia durante alguns segundos e riu, negando com a cabeça e me olhando novamente.

── Já fui até casado, Helena — contou, e eu arregalei os olhos, surpresa. ── Pois é. Relacionamento controlador demais, nunca mais namorei também porque tenho pavor de pensar em ter uma mulher tentando controlar cada passo meu.

lentes no horizonte, gabriel medina. Onde histórias criam vida. Descubra agora