"Tem medo de nada
Gosta do perigo
Gosta de saber que vai me ter no escondido
Vai acabar comigo."
Carolina é uma jovem que está no segundo semestre de medicina na faculdade da USP. De personalidade forte e inteligente, sempre lutou para conquistar o...
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carolina pimenta ~
6:00 pm.
Estou dentro do ônibus e, dessa vez, um capuz cobre meus fios. Estou exausta, hoje tive prova prática e aquilo me custeou uns dez mil neurônios. A mente não funciona mais pra nada, em resultado, quase caio ao descer as escadas. É, chegar na minha casa está bem complicado hoje.
– Valeu, Matias! - Exclamo, me despedindo do motorista, que buzina. - e lá vamos nós!
Tenho essa mania ridícula de falar sozinha. Quando era pandemia, até que gostava de usar máscara porque assim ninguém via. Mas enfim, felizmente de volta a realidade, agora tenho que ficar quieta. É um horário que ainda tem gente do lado de fora de casa, tem comércio aberto e eu fico tranquila em relação a ir embora. São quinze minutos andando pra chegar na minha rua. Observo meu avô na calçada com uma mangueira na mão.
– É, seu Marcos - Falo, fazendo ele olhar pra trás meio assustado. - isso são horas?
– Ah, minha filhota - Ele sorri. - é que tinha muita poeira, aguentei não... e você, estudou muito hoje? Vem cá me dar um beijo!
– Eu estudei demais - Respiro fundo e me aproximo dele, levantando os pés depositando um beijo no seu rosto. - por que não deixou pra amanhã cedo?
– E eu lá sei o dia de amanhã, Carol?
Nego com a cabeça e apenas dou uma risada, entrando em casa. Percebo que Luana está na mesma vibe do meu avô assim que passo pela sala e vejo ela jogando água nas janelas da cozinha.
– FINALMENTE CHEGOU, CAROL - Ela grita, provavelmente porque o som que ligou dá impressão de surdez. - VAI BOTAR UM CROPPED E VEM ME AJUDAR!
Droga. Droga. Hoje é sexta-feira, e o Veiga combinou de sair comigo na terça-feira, entretanto, desmarcou e remarcou pra sexta. Eu ia dar um migué falando que não podia e agora eu realmente não posso. Não sei por quê estou brava. Coloco minha bolsa sob a escrivaninha e respiro fundo por alguns segundos. Procuro meu telefone nos bolsos e assim que encontro, desbloqueio e vou a procura de seu nome em minha dm.
