Yoko.
Eu esquadrinho as sensações que os braços dela ao redor da minha cintura causam nas minhas entranhas enquanto caminhamos de forma desajeitada pela penumbra. Ela está no meu encalço, a sua boca suspende os cantos dos lábios sem abrir, no pé do meu ouvido, se espalhando pela nuca no emaranhado da respiração retomando o fôlego da nossa recente gargalhada. Eu estou ofegante, arrepiada. Meu sorriso se esconde para dentro da linha que forma em minha boca quando percebo que a situação já se tornou mais do que podíamos prever para aquela noite, mas não menos do que esperávamos.
Não seria ingênua em pensar que Faye não compartilhava das mesmas expectativas. Depois de tanto tempo dividindo o mesmo espaço, eu notava com facilidade o que nos envolvia. Suas sensações, seus movimentos... Era meticulosa e expressiva.
Naquele exato instante, paradas em frente a porta do meu quarto no hotel em que estávamos hospedadas em Manila, doeu pensar que teríamos que nos despedir. Eu queria agarrá-la no meio da noite e envolvê-la nas minhas mãos e dormir em paz com a certeza de que acordaria ao seu lado.
Apesar disso, Faye afrouxa seu aperto quando faço menção de virar. E quando giro para encarar seu rosto dúbio com o riso contido no canto do lábio, enlaço as mãos em seu pescoço, me sentindo inibida de atitude mas profundamente encorajada. Estou segurando apenas a credencial que irá me separar da sua presença.
"O que você quer me dizer?" sua voz ecoa baixinho aos quatro cantos do meu coração que responde disparado
Eu disfarço o calafrio que ela me causa olhando bem nos seus olhos dilatados
"Não seja boba fingindo que não sabe, P'Faye." devolvo no mesmo tom
O seu riso é baixo e canalha. Eu fico, se possível, ainda mais constrangida, embora não desvie nossa atenção.
"Eu posso presumir, mas não posso tomar uma atitude se não ouvir da sua boca que estamos pensando o mesmo." Seu corpo é brasa e o meu é carbono. Seus dedos acariciam a minha pele exposta na lombar, onde o top acaba e a saia começa. E ela acrescenta: "Mas se você me der o sinal que preciso, não irei parar, Yo. Então esteja decidida. Porque irei me importar se as minhas expectativas sobre nós não forem saciadas, porém serei compreensiva e farei o possível para não tornar nossa convivência embaraçosa. Eu serei sua P'Faye até quando você quiser que eu seja. Já se a sua escolha for atravessar essa linha da amizade, então você será a única para mim."
Estou surpresa e desnorteada. Porque sei que não é costumeiro de Faye expressar seus sentimentos com discursos de afeto. Ela diz que não é boa, enquanto eu amoleço por sua sagacidade. Seus olhos me buscam com esperança, sua mão com astúcia. Brincando com o meu psicológico. O tempo se prolonga, apesar d'eu já ter tomado minha decisão há meses e carregar sua resposta como um fardo. O que aconteceu hoje, na conferência com os fãs de Blank, apenas impulsionou nossos desejos reprimidos.
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Imagine || Faye Peraya & Yoko Apasra
FanfictionManila impulsionou corações receosos e desejos reprimidos. One-shot • Linguagem imprópria, conteúdo sexual. Autoria por mim, Julia Morow. (Plágio é crime!) Obs: eu não permito que minha obra seja usada ou adaptada de qualquer ma...