Abracadabra

《Capítulo 1: Mundo dos Sonhos》

Lara abriu os olhos castanhos lentamente. O céu tingido de rosa refletiu uma calma serena, a grama macia acariciou seus sentidos e o canto dos pássaros encheu o ar.

Sua tranquilidade foi interrompida quando, abriu os olhos por completo e deparou-se com um homem esguio, que vestia um casaco longo azul. Ele ostentou um sorriso sinistro no rosto; seus cabelos loiros, os olhos amarelos contrastaram com o céu rosa e deram um ar de alívio ao desviar o olhar do sorriso pontiagudo.

— Haaaaaa! — gritou Lara, assustada, e se ergueu rapidamente.

— Você não é daqui — afirmou ele, com um sorriso sádico no rosto.

— Onde estou? — perguntou confusa e com medo do ser à frente. — Como vim parar aqui?

Desesperada, ela colocou as mãos na cabeça e tentou se recordar da noite passada, sem obter sucesso.

— Uzumaki! — indicou surpreso, quando viu a estampa no colete da garota. — Bem-vinda ao mundo dos sonhos!

Ele gentilmente colocou a mão sobre o ombro dela e sorriu.

— Vou guiá-la até as profundezas do submundo, onde minha alma clama por socorro.

— Quê? —  questionou Lara, confusa.

— Existe uma profecia que diz: “Quando o Uzumaki chegar, a alma do mago será salva e a temível Rainha Amarela será derrotada.”  Mas antes ...

Um arrepio deslizou pela espinha do Arcan, quando deparou-se com três soldados vestidos de branco; com detalhes amarelos em seus sobretudos, usavam máscaras da peste negra que criaram uma sombra sinistra.

— Temos que fugir.

Ele empurrou Lara em direção a um penhasco, que gritou de medo e fechou os olhos, quando ouviu: “A propósito, meu nome é Arcan.”

Um alivio tomou conta do corpo da garota pois não caiu, mas flutuou sobre uma rocha solida.

— Ainda não acabou! — Arcan pulou para a terra onde os três soldados se encontravam.

Os soldados lançaram vários feixes de luz contra Arcan; porém este se defendeu habilmente, erguendo seu cajado para revidar. Com um gesto sereno, transformou o cajado em duas espadas reluzentes e avançou para o combate. Com destreza, Arcan subjugou os três oponentes e lançou-os do penhasco em um movimento decisivo.

— Pois bem.

As duas espadas voltaram a ser um cajado. Arcan estalou os dedos e trouxe a rocha com Lara novamente ao chão.

— Entendi — disse ela, assim que colocou os pés em terra firme — é um sonho.

— Pense como quiser. — Arcan sacudiu a poeira da roupa, curvando-se afim de se apresentar com mais elegância. — Sou o grande mago Arcan, aquele que se rebelou contra a Rainha Amarela e teve a alma roubada. Só preciso que me ajude a recuperar minha alma.

— E se eu negar? — Ela olhou para o penhasco e o medo tomou conta do seu ser quando contemplou o abismo.

— Isso é inviável.

Lara se ergueu trêmula, afastou-se do penhasco e virou as costas. Ela começou a andar mas, lembrou-se que não sabia onde estava e muito menos como sair dali.