025

768 90 147
                                    

120 comentários ❤️

Heloísa Barreto

Acordo com dificuldade, escutava em volta barulhos de sirene, pessoas falando alto, sons de alarme de carro, barulho do meu coração e sentia um carinho leve na minha mão. Pisco algumas vezes até entender onde eu estava.

Olho em volta, tinha um caminhão tombado na estrada, meu carro parado perfeitamente no acostamento. Sentia minhas pernas formigarem, mas não sentia dor alguma.

Olho pro lado, e não tinha ninguém. Não entendia de onde veio aquele carinho que eu tanto sentia.

A única dor que eu sentia era na minha cabeça. Levo a mão até e entendo, eu tinha cortado.

- Sua irresponsável! Acabou com meu caminhão! - Um homem gritava ao bater no vidro que estava fechado. Sua voz tava embolada, arrisco a dizer que a culpa do acidente não foi minha.

- O senhor tem o direito de ficar quieto! - Um policial aparece, junto com mais duas viaturas e uma ambulância. - Por favor, me acompanhe até a viatura. Precisamos conversar.

Eles saem e logo uma enfermeira abre a porta do carro.

- Qual seu nome, você lembra? - Coloca o estetoscópio no meu peito.

- Heloísa.

- Certo, Heloísa! Eu sou a Amanda. O que você tá sentindo?

- Dor na minha cabeça só.

- Acredito que seja por conta do corte, mas vamos te encaminhar ao hospital mais próximo, pra uma bateria de exames. Consegue mexer suas pernas?

- Consigo, só estão formigando.

- O carro, é seu?

- Do meu namorado. - Ela concorda e me ajuda a sair do carro, o cinto tinha machucado um pouco o meu braço. Ouço o meu celular e vejo ele no chão do carro.

Amor ❤️

- O meu celular, é o Renato. Avisa ele que eu tô viva, por favor.

- Fica tranquila, nós vamos falar com ele. - Um policial aparece por ali e pega o meu celular pelo outro lado do carro.

Ele atende e consigo ouvir algumas partes da conversa só, Amanda me guia até a ambulância. Mais uma vez o motorista do caminhão grita comigo.

- Sua vagabunda! Eu quero meus direitos!

- Cala a boca seu animal. - É acertado na nuca por um tapa bem dado do policial. - Quem tava bêbado e na contramão era você! Se abrir a boca de novo, vai direto pro camburão.

Se eu não tivesse com dor, com certeza teria rido.

- Obrigada Amanda. Você é uma ótima profissional.

- Só estou fazendo meu trabalho, Helô! Aquele irresponsável poderia ter tirado a sua vida.

- Aqui, senhorita. Seu celular, o seu namorado já está ciente da situação. Disse que vai lhe esperar no hospital.

- Obrigada! Vou ter que trabalhar dobrado pra poder arrumar esse carro, não é nem o meu. - Choramingo e os dois a minha frente riem.

- Acho que você pode ficar tranquila em relação a isso, você arrumou um homem e não um moleque. Eu fui falar pra ele como ficou o carro, ele disse que se você estivesse viva, o carro podia ter virado sucata.

Sorrio com a informação. Ele é o homem com quem quero me casar, não tenho dúvidas disso.

- Heloísa, isto? - O policial pergunta e eu concordo. - Preciso que, assim que estiver recuperada, compareça a delegacia de polícia. Precisamos entender um pouco mais do que aconteceu aqui, além do outro motorista estar alcoolizado.

FIRST LOVE 🖤 - Renato Garcia Onde histórias criam vida. Descubra agora