Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Sete anos atrás..
— Catherine, puedes estar años en la cárcel!! — Minha mãe gritava furiosa, sabia que ela estava furiosa, pois estava falando em espanhol.
E eu mal lembrava da sua voz Espanhola. Pelo menos não desde que mudamos para os Estados Unidos e desde então só falamos inglês. Ela bufou audível.
— Já saímos de Honduras por estar envolvida em um roubo, aí chega uma carta da policial onde diz que você pode estar envolvida em um roubo!? — Ela bateu a mão na mesa, em cima de onde estava a carta — ¡Tiene trece años y está listo! Por favor Catherine, se comporte!
— Lo siento mama.. — Abaixei a cabeça, ouvindo-a bufar mais uma vez. — Mas eles estavam sendo racistas! — Levantei a cabeça e olhei diretamente para seus olhos.
Minha mãe era branca, de pele tão pálida que parecia papel, com cabelos lisos e pretos como a noite e olhos verdes.
Eu era completamente diferente: negra, com cabelos ondulados e olhos castanhos, puxando totalmente ao meu pai. Isso não era algo que eu odiava. Meu pai havia morrido defendendo este país racista de merda.
— Catherine.. — O sotaque espanhol ainda estava presente. Eu morria de medo quando ela falava em espanhol, pois sabia que ela estava irritada. Ela nunca conseguia brigar comigo em inglês, sempre se exaltava demais. — Quantas vezes preciso lhe dizer hija.. Não se deve ligar para o que os outros falam...
Ela suspirou, aparentando estar mais calma. Mas, claro, eu sabia que ela não estava realmente tranquila; conheço minha mãe, e ela não se acalma com facilidade.
— Mama.. — Suspirei. Aquilo me deixava exausta. Foram apenas cem dólares; aqueles riquinhos brancos privilegiados tinham esse dinheiro de sobra. — Perdóname mama.
— Não podemos ser expulsas, hija.. — Minha mãe tinha um emprego estável, mas eu era um péssimo exemplo de filha. Na carta estava escrito que, se eu cometesse mais alguma infração, minha mãe seria enviada para a prisão e eu seria encaminhada para um centro de reabilitação, apenas por ter roubado cem dólares daqueles ricos mimados e privilegiados — Eu não gosto de brigar com você... Lo siento
Ela disse, pude ouvir um suspiro sair de seus lábios, um suspiro de arrependimento, eu sabia que minha mãe não gostava de brigar comigo, porém, eu também não ajudava a situação, e sempre acabava causando problemas para ela e para mim.
— Tudo bem mama.. — Suspirei, pois já estava cansada dessa conversa. Desejava dormir, uma vez que trabalhava no turno da noite e ansiava apenas por descanso.
Minha mãe sempre foi muito boa para mim, mas as brigas constantes me esgotavam.
— Peço desculpas também.. Agora se me der licença mama, eu vou tirar um cochilo agora — Disse por fim, eu apenas queria acabar com aquela discussão de uma vez, minha mãe acenou para que eu pudesse sair.
