𝒦ℯ𝓂𝒾𝓁𝓁𝓎

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Minha prima apenas ri da minha reação. Ela sabia que eu estava completamente em choque e furiosa.

Algo sobre mim: eu sou corinthiana. Melhor dizendo, sou fanática pelo Corinthians. Torço para esse time desde que me conheço por gente. Assisto a todos os jogos e nunca abandono ou deixo de acreditar no meu time. Mesmo nos piores momentos, ainda o amo.

Adivinhe quem é um dos maiores rivais do meu time? O Palmeiras. O mesmo time para o qual joga o homem que está vindo ao nosso encontro. Não tenho nada contra os jogadores do Palmeiras, mas nunca pensei que teria que sair com alguém que jogasse lá.

— Ele joga pelo Palmeiras, Aline. Por que você não me falou isso antes? — Pergunto.

— Qual o problema? O time pelo qual ele joga não muda o fato de ele ser uma pessoa incrível, Kemilly. — Ela diz, sem paciência.

Ela tinha razão. Ele era um jogador de um dos maiores rivais do meu time, mas uma coisa não tem nada a ver com a outra. Não estou brava com isso. Meu problema é que ela não me avisou que íamos a uma festa com um jogador famoso. A mídia sempre cai em cima deles, mostrando as companhias, fazendo especulações absurdas, teorias mirabolantes, tudo por fama. Não ia gostar de ver meu rosto estampado nos sites de fofoca.

— O problema não é ele jogar no... — Deixo minha fala morrer quando o motivo do nosso desentendimento se aproxima sorrindo.

—Tudo bem, meninas? — ele pergunta, provavelmente notando a tensão entre nós. Eu concordo com a cabeça — Prazer em te conhecer, Kemilly — Ele me dá um abraço breve, que retribuo meio desajeitada. Logo em seguida, dá um abraço mais demorado em Aline — A sua prima fala muito de você.

— Prazer também, Raphael — sorrio para ele — Espero que ela só tenha falado coisas boas sobre mim — olho para Aline que está revirando os olhos.

— Deixei o melhor para o final. Raphael, minha querida prima aqui — ela me abraça de lado. — É corinthiana. Então, divirtam-se brigando.

Aline sempre foi o tipo de pessoa diabólica. Ela ama discussões e brigas que não são sérias, adora uma fofoca e gosta de acompanhar desentendimentos.

— Não vai tentar me matar para ferrar meu time, não é? — me pergunta, com um sorriso divertido no rosto.

— Não posso garantir nada — debocho.

— Ok, agora podemos ir? Estamos atrasados. — Minha prima diz, olhando no celular para ver as horas. — Fica muito longe, Rapha?

— Acho que uns 20 minutos daqui, 30 no máximo. — Ele responde. — Eu queria dizer que vocês estão maravilhosas. Vão me dar trabalho essa noite? — zomba andando para o carro estacionado do outro lado da rua.

— Eu? Dando trabalho? Óbvio que não. — Minha prima responde, se fazendo de boa moça. — Obrigada. — Ela diz, quando Veiga abre a porta para ela.

— Traduzindo: ela vai te dar trabalho. Sinto muito. — Digo quando ele abre a porta para mim.

— Bom saber.

Veiga fecha minha porta e dá a volta para se sentar no banco do motorista. O percurso foi de 25 minutos, e não paramos de conversar por nenhum segundo. Não é que ele é uma pessoa gente boa mesmo. O assunto não morre, ele é muito simpático e até engraçado em certos momentos. Nunca pensei que diria isso, mas ele é uma pessoa maravilhosa.

Quando chegamos a um condomínio, me assusto com o quão chique ele é. Não são apenas casas, são mansões enormes. A segurança é muito reforçada, e imagino que muitas pessoas famosas devam morar aqui. O lugar inteiro cheira a dinheiro e poder.

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⏰ Última atualização: Aug 10 ⏰

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