Curte aí a estrelinha assim vou saber que vocês querem mais capítulos do livro
-----------‐------------‐-----------‐---------PETER PAN COM UMA DARLING SOBRE O OMBRO, DEMORO O DOBRO DO tempo para retornar à Terra do Nunca e à casa na árvore.
Ela, leve como uma pluma. Seus ossos da costela, salientes a ponto de doer.
Esta Darling não está bem.
Talvez seja um indício de que será mais fácil penetrá-la.
Não é o peso dela, no entanto, que dificulta o caminho, é a mudança entre os dois mundos e minha magia, que esvanece. Sobra-me muito pouco.
Tem de ser ela. Não sei o que acontecerá se não for.
Eu sou esta ilha. Ela não sobreviverá sem mim.
Quando entro pela porta da frente, que está aberta, os Garotos Perdidos me aguardam.
Perdi as contas de quantos são agora e não lembro o nome de metade deles, mas os que importam me esperam na galeria abaixo do dossel da Árvore do Nunca.
Levo a Darling pela escadaria larga, apoiando-me no corrimão para não cair. As lanternas de ferro tremeluzem de seus ganchos.
Estou morto de cansaço. Entro na galeria e encontro Vane no bar e os gêmeos no corredor. Folhas caem dos galhos da Árvore do Nunca, que fica cada dia mais rala.
Ela está morrendo. Pequenas pixies emitem uma luz amarela entre as folhas restantes, e, sempre que vejo esse brilho, lembro-me da Tinker Bell e fico bravo outra vez.
— O quarto está pronto? — pergunto aos garotos. Kas acena que sim, avaliando a Darling, cujos braços inertes estão pendurados atrás de mim.
Os gêmeos me seguem pelo corredor até o quarto livre. Vane não vem;
só quer saber de fazer as Darling chorar.
Há uma lanterna acesa sobre a mesa ao lado da janela aberta, que permite a entrada da brisa oceânica.
Deito a Darling na cama.
O estrado nem sem abala. Bash pega o punho da garota e fecha a algema de metal presa a uma corrente parafusada na parede.
Caio na poltrona e puxo do bolso a caixinha de ferro que contém meus cigarros; acendo um com o isqueiro. As chamas dançam na escuridão. Dou uma tragada. A chama se realça, e o tabaco crepita. Quando a fumaça enche meus pulmões, sinto-me levemente melhor.
— Como ela se comportou? — pergunta Kas. Se um de nós possui um coração mole, este alguém é Kas.
— Mais teimosa do que eu gostaria. Bash está apoiado na parede ao lado da porta, e a luz do corredor ilumina seus contornos de um dourado trêmulo.
— E a Merry? O ar oceânico se resfria. Encosto a cabeça no espaldar da poltrona.
— Tão louca quanto antes. O cigarro queima até a ponta. Fecho os olhos enquanto o sol surge na linha do horizonte. Quanto mais perto, mais a mágica se esvai. Não sou nada à luz do sol. Nada — apenas cinzas.
— Fiquem de olho nela — ordeno ao me levantar e caminhar até a porta.
— Mas sem encostar.
— Conhecemos as regras — diz Bash, irritado com as ordens.
Mas Bash sempre adorou coisas bonitas, e esta Darling é a mais linda de todas.
— Nada de comer as Darling — digo, só para garantir. É a única regra que temos. Não comemos as Darling porque comer uma Darling foi o que nos colocou nesta merda.
Não fodemos as Darling. Só as destruímos.
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O Rei da Terra do Nunca
Fiksi UmumPor dois séculos, todas as mulheres da família Darling desapareciam quando completavam dezoito anos. Às vezes, ficavam longe por um dia, uma semana ou até um mês. Mas sempre retornavam destruídas. Agora, na tarde do aniversário de dezoito anos de Wi...