28. A Tempestade Silenciosa

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Capítulo 28

A Tempestade Silenciosa

Os jardins labirínticos do castelo se estendiam em uma teia de vegetação exuberante, onde árvores frondosas e flores vibrantes competiam por espaço. O cheiro das flores misturava-se com a brisa salgada que vinha da Baía da Água Negra, criando uma atmosfera quase mágica. O sol da manhã banhava o local com sua luz dourada, tornando o cenário ainda mais deslumbrante.

O céu, de um azul profundo, parecia se estender infinitamente sobre as cabeças de Daemon e Visenya enquanto caminhavam lado a lado, suas vozes entrelaçadas em Valiriano, a língua antiga que lhes permitia falar sem medo de serem compreendidos por ouvidos indesejados.

—— Não confio nos Hightower. —— declarou ela, suas palavras carregadas de uma franqueza que poucas vezes ela se permitia.

A seriedade em seu rosto era inconfundível, seus olhos fixos em um ponto distante, como se estivesse tentando vislumbrar um futuro incerto. O príncipe, ao seu lado, riu baixinho, um som que era mais cortante do que alegre. Ele olhou para a irmã com um sorriso que misturava desdém e autoconfiança, uma expressão que ele usava para esconder qualquer traço de dúvida.

—— Você seria uma tola se confiasse. —— disse Daemon com desdém.

Sua resposta foi rápida, quase automática, como se a ideia de confiar nos Hightower fosse ridícula demais para ser levada a sério. A princesa virou seu rosto para ele, sua expressão suavemente endurecida, apesar de sua postura firme, havia uma vulnerabilidade em seus olhos que Daemon conhecia bem. Era raro para ela expor essa parte de si, mas ali, entre as árvores e flores que os cercavam, ela se permitiu ser verdadeira.

—— Mesmo com Viserys me prometendo que não vai mudar a sucessão, eu não acho que Otto e Alicent vão aceitar que eu ascenda ao Trono de Ferro sem nenhuma objeção. —— confessou, sua voz quase um sussurro —— Com certeza vão declarar uma guerra contra mim para tentar colocar Aegon no Trono, eles vão afirmar que ele tem mais direito do que eu, já que ele é o primogênito de Viserys.

Havia algo de melancólico em suas palavras, como se estivesse antecipando a traição antes mesmo de ela se materializar. Daemon, sentindo o peso da preocupação de Visenya, virou-se para encará-la diretamente. Seus olhos escuros brilhavam com uma intensidade que beirava uma intensidade quase perturbadora, ele era uma força da natureza, sempre pronto para lutar pelo que acreditava ser seu por direito.

—— Eu gostaria de ver eles tentar. —— disse ele, a voz baixa e carregada de uma ameaça implícita —— Eles não têm poder suficiente para declarar guerra contra nós.

Tinha um desafio presente na forma que ele havia falado, uma promessa implícita de que enfrentaria qualquer um que ousasse se opor a ela. Visenya balançou a cabeça, seus cabelos platinados brilhando à luz do sol, seu olhar encontrou o dele, e por um momento, parecia que ela estava tentando ver além da bravata, que sempre permeava as palavras do irmão.

—— Você não sabe disso. —— respondeu ela, com um tom incisivo.

Seu olhar sondava o dele, como se tentasse entender o que se escondia por trás daquele sorriso. O Targaryen sorriu de canto, uma expressão que ela conhecia bem, uma mistura de confiança e desafio.

—— Nós temos dois dragões adultos, cinco com os dos seus filhos. —— ele ponderou, a voz baixa e controlada —— Em breve, seu filho será o lorde de Winterfell, o que significa que o Norte já é seu. Além disso, temos os Mantos Dourados, que são leais a mim.

Visenya desviou o olhar, fixando-o em um ponto distante. O vento soprava seus cabelos como um manto de prata ao redor de sua cabeça, enquanto ela absorvia as palavras do irmão. Havia uma melancolia em seus olhos, uma sombra de incerteza que ela não conseguia dissipar.

The Rise Of The Queen - House Of The Dragons Onde histórias criam vida. Descubra agora