O retorno de Emily à delegacia foi marcado por uma sensação de peso, como se o mundo ao seu redor estivesse prestes a desmoronar. A revelação de que Evelyn Marlowe, filha de John Marlowe, era a Dama de Vermelho transformara todo o curso da investigação. Mas havia algo mais perturbador: a insinuação de que forças poderosas estavam envolvidas, forças que fariam de tudo para manter seus segredos enterrados.
Emily sabia que não podia confiar em mais ninguém, exceto em si mesma. Com a cabeça cheia de perguntas, ela se trancou em seu escritório e começou a conectar os pontos. Evelyn era apenas uma peça de um jogo muito maior, um jogo que envolvia intrigas, manipulações e segredos guardados a sete chaves.Foi então que algo chamou sua atenção: uma mensagem recebida em seu e-mail pessoal, de um remetente anônimo. O assunto era simples, mas provocador: "Quer saber a verdade? Venha sozinho." No corpo do e-mail, havia apenas um endereço e uma hora marcada para o encontro: meia-noite.Emily sabia que poderia ser uma armadilha, mas a curiosidade e a determinação de chegar ao fundo do mistério eram maiores do que o medo. Sem informar ninguém, ela decidiu seguir as instruções.Quando chegou ao endereço indicado, um prédio abandonado na parte mais sombria da cidade, o relógio já marcava 23h55. O silêncio do lugar era quase palpável, e a escuridão, apenas interrompida pela luz trêmula de um poste distante, parecia esconder segredos que não queriam ser revelados.Emily entrou no prédio, seus passos ecoando nas paredes vazias. Subiu as escadas até o último andar, onde uma porta entreaberta a aguardava. Com a mão trêmula, ela empurrou a porta, revelando um espaço que parecia ter sido abandonado há anos. No centro da sala, uma única cadeira estava posicionada de frente para um espelho grande e empoeirado.A detetive se aproximou cautelosamente, sua mente trabalhando a mil por hora. Não havia ninguém ali, mas ela sentia que estava sendo observada. De repente, uma voz quebrou o silêncio, vinda de um alto-falante escondido em algum lugar da sala.— Bem-vinda, detetive Carter. Estava esperando por você.Emily se virou, tentando localizar a fonte da voz, mas tudo o que viu foi o espelho à sua frente, refletindo sua própria imagem de volta.— Quem está aí? Mostre-se! — exigiu Emily, tentando manter a compostura.A voz riu, um som frio e sem emoção.— Não é tão simples assim. Você veio aqui em busca de respostas, mas o que vai encontrar são mais perguntas. Perguntas sobre você mesma, sobre o que realmente está procurando.Emily sentiu um calafrio subir por sua espinha. Havia algo na voz que parecia familiar, mas não conseguia identificar o que era.— Se você sabe tanto sobre mim, então me diga... o que quer de mim?— Não se trata do que eu quero, detetive. Trata-se do que você quer. Você quer a verdade, mas a verdade pode ser mais perigosa do que qualquer mentira. Você está disposta a sacrificar tudo por ela?Emily não respondeu de imediato. A voz estava tentando jogar com sua mente, manipular seus medos e inseguranças. Mas ela sabia que não podia recuar agora.— Eu vou descobrir quem você é, e vou acabar com isso, seja quem for. A voz ficou em silêncio por um momento, antes de responder.— Talvez você já saiba quem eu sou, Emily. Olhe para o espelho. Olhe bem.Com relutância, Emily voltou a atenção para o espelho. Sua própria imagem a encarava, mas havia algo diferente, algo que não estava lá antes. Um detalhe no reflexo a fez congelar: a figura refletida estava sorrindo, um sorriso que ela própria não estava expressando.— O que...?Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, a porta atrás dela se fechou com um estrondo. A voz voltou, desta vez mais próxima, quase como um sussurro em seu ouvido.— O jogo está apenas começando, detetive. E a primeira regra é que nada é o que parece. Especialmente você.O espelho explodiu em milhares de cacos, revelando um espaço vazio onde antes havia um reflexo. Emily se virou, pronta para enfrentar qualquer ameaça, mas tudo o que encontrou foi o silêncio e a escuridão.Ela estava sozinha, mas agora, mais do que nunca, sentia que havia algo — ou alguém — muito próximo, observando cada movimento. Enquanto deixava o prédio, uma coisa era clara: o jogo estava se intensificando, e as respostas que ela procurava poderiam estar escondidas em lugares que ela nunca imaginou procurar. As sombras estavam se multiplicando, e no centro desse labirinto de incertezas, estava a verdade que ela tanto desejava... mas que poderia destruí-la.
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A Dama de Vermelho
Mystery / ThrillerSeria uma corrida contra o tempo, repleta de suspense e reviravoltas, onde a detetive Emily Carter teria que enfrentar seus próprios medos e demônios para desvendar o mistério por trás da Dama de Vermelho. Mas o que ela não sabia era que, no fim das...