A Dama de Vermelho

Capítulo 10: O Confronto

A manhã seguinte trouxe consigo uma resolução feroz. Emily Carter sabia que não podia mais jogar pelas regras impostas por aqueles que a manipulavam. Era hora de confrontar os demônios à espreita nas sombras e trazer a verdade à luz, custasse o que custasse.

Com um plano delineado em sua mente, ela decidiu procurar o único aliado em quem ainda podia confiar: Alex Donovan, o perito criminal que sempre esteve ao seu lado. Marcou um encontro em um café discreto, longe dos olhares curiosos e das paredes que pareciam ter ouvidos.

— Alex, preciso da sua ajuda — começou Emily, seus olhos revelando a urgência da situação. — Estou sendo manipulada. Há uma rede de pessoas poderosas tentando me usar para seus próprios fins.

Alex arqueou as sobrancelhas, surpreso, mas o respeito que tinha por Emily o fez ouvir atentamente.

— Diga-me o que descobriu.

Emily expôs tudo: as conexões entre John Marlowe, Arthur Varela, a Dama de Vermelho, e a teia de manipulações que parecia se estender por toda a cidade. Ao terminar, Alex parecia atordoado, mas determinado.

— Então, qual é o plano?

— Precisamos expor eles. Mas para isso, precisamos de provas irrefutáveis. Algo que os ligue diretamente aos crimes e às manipulações.

Alex pensou por um momento antes de responder.

— John Marlowe tem uma festa beneficente amanhã à noite em sua mansão. Todos os figurões da cidade estarão lá, incluindo Varela. Se conseguirmos infiltrar dispositivos de escuta ou câmeras, podemos coletar provas das conversas.

Emily assentiu, vendo a lógica no plano.

— Certo. Mas precisamos ser cautelosos. Eles já estão de olho em mim. Qualquer passo em falso e estaremos perdidos.

Na noite seguinte, vestidos formalmente para se misturar com a elite, Emily e Alex chegaram à mansão Marlowe. A atmosfera estava carregada de sofisticação, mas para eles, cada sorriso e brinde eram apenas fachadas para esconder intenções sombrias.

Enquanto Alex distraía os convidados com conversas triviais, Emily deslizou silenciosamente pelos corredores, instalando dispositivos de escuta nos locais estratégicos que previamente haviam identificado. Cada movimento era calculado, cada segundo, precioso.

No meio da operação, Emily ouviu vozes familiares vindo de uma sala adjacente. Aproximando-se cautelosamente, ela reconheceu as vozes de John Marlowe e Arthur Varela.

— A detetive está se tornando um problema maior do que prevíamos — disse Varela, sua voz tingida de impaciência.

— Não se preocupe — respondeu Marlowe. — Temos maneiras de lidar com ela. Além disso, Evelyn está pronta para a próxima fase.

Emily sentiu seu coração apertar ao ouvir o nome de Evelyn. A Dama de Vermelho estava prestes a agir novamente.

— Precisamos garantir que tudo ocorra conforme o planejado — continuou Varela. — A cerimônia não pode ser interrompida.

Cerimônia? O que eles estariam planejando? Emily sabia que precisava sair dali antes de ser descoberta. Reunindo-se a Alex, eles concluíram a instalação dos dispositivos e saíram discretamente da mansão.

De volta à segurança de seu apartamento, eles começaram a monitorar as gravações. A noite prometia ser longa, mas a determinação de expor a verdade era mais forte do que nunca. O confronto havia começado, e Emily estava pronta para enfrentar qualquer obstáculo que surgisse.