Prólogo

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Na minha opinião, todo mundo deveria ter o direito de traçar seu próprio destino. É muito importante que cada individuo sonhe com seu futuro, tenha seus planos e principalmente faça acontecer. Se você estiver lendo esse texto e tem a liberdade de ser aquilo que sempre quis. Eu vou te dar uma dica: Corra atrás, caro leitor!

Eu preciso que tenha gente almejando por mim aquilo que não posso conquistar porque essa chance foi tirada de mim antes mesmo de eu nascer. Como sou solitária e necessito expor meus sentimentos vou me expressar nas folhas desse velho diário.

A loucura toda começou quando meu pai, Carlos Antonio Woodley, aos cinco anos conheceu seu melhor amigo, Arthur Elgort, na escola. Desde então, os dois viveram várias aventuras até que um belo dia tiveram a ideia de construir prédios. Depois de passar a época de colégio toda juntando dinheiro se matricularam na faculdade. Carlos fez engenharia civil e Arthur administração. Quando terminaram fizeram outros cursos para que pudessem ficar cada vez mais intelectuais.

Após alguns anos de trabalho fundaram a empresa mais respeitada no mundo inteiro, a Construtora Woodley Elgort. Criaram duas sedes: Uma no Brasil e outra na Inglaterra. Com medo de que alguém que não fosse de nenhuma das duas famílias viesse a comandar este império, juraram que fariam de tudo para que tivessem uma filha mulher, e o outro, um homem.

O Sr. Elgort teve seu primeiro filho o Ansel. Em seguida, eu vim ao mundo, fruto da relação do Woodley com a empregada. A esposa dele ficou morrendo de raiva por não conseguir dar o golpe no baú e pediu o divórcio. Minha mãe me entregou a ele e foi embora sem mim. Levou consigo alguns trocados e deixou sua dignidade para trás.

Confesso o fato de já ter me chateado com essa situação, mas hoje eu não me importo. Afinal, somos seres humanos e o melhor que sabemos fazer é errar, infelizmente.

Não quero me fazer de vítima das circunstancias só que é triste ser criada com tudo, porém ao mesmo tempo com nada. Meu pai nunca esteve presente, sempre em viagens de trabalho foram mais importantes do que minha existência. Eu fui criada por babás que só estavam ali para se sustentar e não por amor. Aliás, essa palavra "Amor'' é desconhecida para mim. Ninguém nunca disse que me amava e as coisas que eu tive nessa vida duraram pouco. Por isso, eu me fechei para o mundo. É como se viver assim, sozinha fosse uma forma de prevenir que meu coração seja partido mais uma vez.

Mesmo sendo obrigada a casar com um menino que mal conheço e viver para o resto da minha vida naquela empresa. Eu sei que vou poder me livrar disso e ser o que eu quiser. Também desejo que um dia eu seja reconhecida pelo que eu sou e não pelo meu sobrenome. Para enfrentar tudo isso é preciso sabedoria, coragem e muita audácia.

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