A arma que é amar

Recorrência

Um mês havia se passado depois do ocorrido na mansão Ubuyashiki, Genya ainda estava meio assustado com o que tinha acontecido e com a possibilidade de seu irmão descobrir sobre seu relacionamento com o pilar da névoa. Sabendo que, eram dois garotos que estavam namorando, poderia causar uma certa confusão com ele. Mas com o fim do mês, também veio o fim da primavera, agora o sol brilha mais forte e a brisa é quente.

Shinazugawa já estava curado de seus ferimentos da última missão, e agora estava voltando a suas missões normalmente e estava se saindo bem com o treinamento que Kocho havia lhe passado. Tudo estava normal, menos os pensamentos de Genya, que estavam meio atordoados por causa do calor e da situação do mês passado, temendo que, Sanemi descobrisse sobre o namoro. Até lá deveriam guardar segredo. O sol já nasceu de forma reluzente, fazendo com que o clima esquentasse rapidamente.

— Genya, você está bem? –Perguntou o pilar da névoa confuso sobre o jeito do mesmo.

— E-Estou ótimo! –Falou balançando a cabeça de um lado pro outro, tentando se livrar dos pensamentos que o atormentavam.

— Você tem certeza? Está estranho esses últimos dias.

— Esse tempo quente me faz ficar assim mesmo... Não é nada demais, não se preocupe! –Exclamou em seu tom de voz meio rouco, estava realmente pensativo.

— Uhum, entendi. –Virou sua cabeça para o lado, ainda desconfiado sobre algo.– Como foi seu dia hoje?

— Eu terminei uma missão hoje e treinei um pouco minha mira. Não foi um dia tão interessante, e o seu dia como foi?

— Eu só treinei hoje basicamente, nesse calor fica difícil se concentrar no treino. –Respondeu enquanto se levantava do banco– Eu preciso voltar pra mansão ubuyashiki e ver como o mestre está, mas foi bom falar com você.

— C-Claro, também foi bom falar com você. –Ele se levanta logo em seguida e respira fundo.

— Até depois. –Ele se aproxima um pouco de Genya e logo levanta os pés a sua altura e pega em seu rosto, dando um leve beijo em seus lábios.

— A-Até... –Assim que muichiro se afastou ele acenou para ele.

Estava tudo indo bem até então, mas ainda tinha algo que o incomodava e não queria falar isso pra Muichiro, pois tinha medo, muito medo que algo ruim acontecesse. Após a saída de ambos, Genya retornou a mansão borboleta para terminar os afazeres que Shinobu havia lhe passado, já que tinha arrumado uma briga com o cara com a cabeça de javali e isso havia quebrado muita coisa na mansão, claro, levou uma bela bronca. Assim que estava na entrada da mansão ouviu alguém o chamando.

— Genya! –O kamado chamou enquanto andava até ele.

— Ah, oi Tanjiro. –Virou para trás assim que escutou a voz do mesmo.–Onde estava?

— Acabei de voltar de uma missão. Também encontrei com Mitsuri no caminho e bati um papo com ela. –Respondeu andando até o mesmo e ficando ao seu lado.

— Conversou com a senhorita Kanroji? Nunca mais a vi depois da luta. –Começou a andar para a entrada.

— Pois é, ela está ótima depois de tudo. Ela inclusive perguntou de você. –Acompanhou o amigo e começaram a andar juntos.

— Perguntou de mim? O que ela perguntou?

— Bem, ela perguntou se você estava bem, se voltou as missões e mais algumas coisas. E também, perguntou sobre Tokito e você.

— S-Sobre Tokito e eu? Espera, ela sabe sobre isso?

— Pelo visto sim, não sei o que disseram a ela. Mas alguém deve ter falado, você contou a alguém além de mim?

— N-não contei pra ninguém. –Parou de andar por uns instantes antes de cerrar os punhos com força, seu coração acelerou.

— Então alguém deve ter descoberto. Tome cuidado. –Colocou uma de suas mãos no ombro do mesmo e puxou o ar.

— M-Mas... Quem poderia ter descoberto?

— Eu não sei, talvez tiveram te visto com Tokito ou algo assim. –Retirou sua mão do ombro do mesmo e soltou o ar, logo mais, seguiu seu caminho em frente.

Estava agora mais assustado, quem poderia ter descoberto sobre o namoro? O que iria acontecer a partir de agora? Dúvidas e mais dúvidas surgiam em sua mente de forma espontânea, estava tão confuso e perdido que não sabia sequer o que fazer. Enquanto andava respirou fundo pensando na situação ainda mais, naquele dia que seu irmão viu os colares, será que ele já pensou que poderia se tratar de um relacionamento? Pensou por uns instantes e isso realmente poderia ter acontecido.

Sentindo como se tudo não passa-se de um pesadelo horrível que logo iria passar, agora, mal sabia se conseguiria dormir a noite por causa disso. Ele estava andando e se concentrando no chão enquanto roía as unhas ansioso, não prestou atenção direito no que estava a sua volta e acabou esbarrando em alguém que estava ali.

— P-Perdão, você está bem? –Perguntou Genya enquanto estendia a mão pra ajudar a garota que havia caído.

— E-Estou bem, obrigada. –Disse Kanao aceitando a ajuda e pegando na mão do mesmo logo se levantando.– Você viu Tanjiro hoje? Precisava falar com ele.

— Eu estava conversando com ele agora pouco, acho que deve estar lá no jardim junto com os outros. –Respondeu e soltou a mão da mesma, ele coçou a nuca por uns instantes.

— Agradeço pela informação. Eu perguntei pro pilar do vento, mas ele foi meio mal educado em me responder. –Suspirou fundo enquanto arrumava a sua saia e as mangas do uniforme.

— O pilar do vento está aqui na mansão? –Questionou confuso sobre a situação.

— Uhum, está sim. Ele chegou aqui essa tarde pra falar com a mestre Kocho. –Afirmou balançando em confirmação.– Acho que ele está em um dos quartos.

— A-Ah... O-Obrigado por me falar. –Fez uma breve reverência antes de ir em direção aos corredores da mansão.

Ele andava ainda mais assustado, seu irmão realmente estava na mansão agora mesmo? Ele precisava conversar com ele sobre a situação, sabia que era algo que não poderia deixar passar. Sentia como se tudo fosse parar naquele momento tão tenso, o clima estava tão quente e pesado. Ele respirou fundo tentando se acalmar.

— Que porra de porta ruim! –Sanemi exclamou á abrindo com força e batendo de frente com Genya.

— Aaí! –Genya solta um grito de susto e gruda na parede ainda se tremedo.

— Olha só quem tá aí, o cafetão. –Falou em um tom de voz irônico enquanto soltava uma risada sarcástica.

— I-Irmão... –Falou baixinho ainda tremendo pelo susto.

— Já terminou de ficar de tremendo que nem uma garotinha? Entra aqui, quero falar com você, agora! –Exclamou entrando para dentro do quarto novamente.

Ainda assustado, ele se dirigiu para dentro do quarto e fechou a porta com um pouco de dificuldade pois ela estava rangendo muito.

— O-O que quer falar? –Perguntou em um tom de voz trêmulo.

— Você anda de namorico com o pilar da névoa? Seja sincero. –Seu tom de voz ficou mais firme enquanto cerrava os punhos com força.

— E-Espera... Q-Que? –Sua voz ficou mais trêmula e seu coração acelerou.

...