JEONG YUNHO
Yunho deu risada quando sentiu Song lhe puxar pelo braço ao saírem da cozinha. E riu mais ainda quando sentiu Mingi segurar sua mão a fazer com que desse um giro sob o próprio eixo no ritmo de I Like You do Day 6.
— O que está fazendo? — Yunho riu, apoiando as mãos nos ombros do mais velho para se equilibrar.
— Tirando você pra dançar. — Mingi disse e Yunho sorriu quando sentiu Mingi rodear sua cintura com os braços e lhe puxar mais para perto, guiando seus corpos e pés descalsos pelo tapete felpudo da sala.
— Acho que só dançamos uma única vez nesses anos todos que nos conhecemos. — Yunho disse, passando os braços pelo pescoço de Song e se aproximou mais, deitando a cabeça no ombro do rapaz enquanto seus corpos cambaleavam e caminhavam no ritmo da música.
— Deveríamos fazer isso mais vezes se isso deixar você tão perto de mim assim. — Yunho sentiu os lábios de Song passar por seus cabelos enquanto falava, e logo sentiu um beijo em suas madeixas quando ele se calou.
As borboletas no estômago de Yunho se agitaram pela milésima vez naquela noite, assim como seu coração não parou um sequer segundo de bater num ritmo tão forte que temesse que Mingi ouvisse. Era surreal.
Estava estranhando tanto e achando tão doido o quão confusa a vida era, justamente por ter terminado com o amor da sua vida por um motivo que se contasse para um estranho com toda certeza ele acharia que aquilo era uma mentira. Até Hyung-sik custou a acreditar quando, ao voltar do casarão, contou tudo pra ele o que havia se passado diante de seu sumiço repentino. Ficou extremamente feliz pelo seu chefe ter lhe aceitado de volta, mas era inegável que agora tinha uma dívida gigante com ele, no sentido de que precisava sempre cuidar dos casos impecavelmente, ou pelo menos manter o padrão que sempre se dedicou e esforçou a ter em todos os seus anos de preparação.
Estar com Mingi agora, daquela forma, nunca pensou que estariam juntos no mesmo cômodo novamente depois de tudo o que havia acontecido. Mas era inegável o quão a presença dele ao seu redor fazia uma diferença enorme, não somente por preencher o vazio do seu apartamento gelado, mas também por voltar a dar alento e aconchego que só ele poderia oferecer. Sabia muito bem, mesmo que negasse com todas as letras, que Mingi havia virado a parte essencial de sua vida. Parecia até exagero descrevê-lo como algo tão importante, mas os dias que havia passado longe dele foram angustiosos o suficiente para entender que não queria que aquilo voltasse a acontecer nunca mais em sua vida, pois sentir Mingi assim tão perto de si voltou a trazer a segurança que precisava, e o amor também.
— Passa a noite comigo hoje. Não vá pra casa. — Yunho pediu e sustentou o olhar no de Song assim que viu as orbes negras encararem as suas, sentindo os ombros largos tensionarem abaixo de suas palmas.
— Yun, eu... — Mingi tentou, mas Yunho logo o interrompeu, negando com a cabeça.
— Ei, não. Você não vai me incomodar, Song. E não vai estar invadindo meu espaço, e não vai estar me sufocando. — sabia que havia lido a mente do rapaz quando viu o mesmo soltar um suspiro pesado do peito. — Eu quero que você fique. — disse, enfatizando a palavra 'quero' para que Mingi entendesse que estava tudo bem. — Se a gente quer que isso dê certo, a gente precisa começar de algum lugar, não acha? — encolheu os ombros, sentindo Mingi ajeitar os braços à volta de sua cintura.
— Isso tudo não te dá um frio na barriga? — Mingi soltou o ar entredentes e Yunho riu baixo, assentindo com a cabeça.
— Ufa! Eu achei que só eu quem estava nervoso. — Yunho riu, vendo Mingi lhe acompanhar na risada.
— Ah, não! Eu também estou, e muito. Desde o dia que me propus a te chamar pra sair e tentar recomeçar as coisas. — Mingi riu e Yunho o acompanhou, escondendo o rosto no pescoço do rapaz.
— O que vai ser da gente, em? — Yunho riu fraco, abraçando o rapaz de forma apertada. — Queria que as coisas pra gente tivessem sido mais fáceis. — segredou de forma baixa ao pé do ouvido de Song quando apoiou o queixo no ombro do rapaz, sentindo ele lhe apertar no abraço.
— Eu também, meu amor. — Mingi disse, e Yunho o sentiu beijar seus cabelos mais uma vez. Naquele segundo sentiu como se estivesse com o pé no paraíso, desfrutando de toda aquela paz e bolha de amor que haviam com tanto esforço reconstruído. — As coisas vão ser melhores agora, eu sinto que sim. Acho que realmente só precisávamos de tempo e não estávamos sabendo administrar isso naquela época. Precisávamos de tempo pra amadurecer, pra entender nosso tempo, pra nos curarmos de tantas feridas que ainda estavam abertas.
— Sim, você tem razão. Foi a nossa primeira vez estando em um relacionamento dessa forma, e foi tudo tão intenso, que não deu tempo de focar e ajustar tanta coisa... — disse, soltando um pouco do abraço de Song. — Mas acho que agora estamos tendo uma segunda chance pra aproveitar um pouco mais, não acha? — disse, sentindo seu coração acelerar quando assim que se ajeitou nos braços do mais velho, viu Song encarar seus lábios e rapidamente subir os olhos para os seus.
— Por favor, deixa eu beijar você. — ouviu Mingi sussurrar de uma forma tão ingênua e desesperada, que mal sabia o quão aquilo havia desconfigurado cada pedaço de seu corpo. Era como se Mingi tivesse jogado um fósforo em um monte de palha seca que só estava esperando o mínimo para que acendesse. Yunho estava todo aquele tempo esperando por Mingi, esperando que a outra metade de seu coração voltasse pra casa, e ao único lugar de onde nunca deveria ter saído.
— Por Deus, Mingi. E precisa pedir? — Yunho disse, e sem demorar muito colou os lábios aos de Song. E em um beijo que começou lento, em pouco segundos virou uma bagunça de saudade e amor.
E era daquele único furacão que Yunho havia sentido falta desde quando havia se separado de Mingi. O furacão que levava sua sanidade e ingenuidade embora quando rodopiava a volta de si e de todo o seu ser cambaleante e fraco demais para o amor — mas só do Mingi.
Seu peito doía ao passo que chocava seus lábios com os de Song, em meio ao beijo afoito e mãos que já haviam tirado cada centímetro de fios dos seus cabelos no lugar. Naquele segundo nada daquilo importava. Não importava se estava sem ar, só se importava quando parava por poucos segundos pra retomar o beijo. A música da playlist que havia escolhido já não importava mais. As velas que com cuidado posicionou em cada canto da casa não importavam mais. Aquele teto poderia desabar agora que aquilo não lhe importava. A única coisa que lhe importava agora, era a forma brusca que Mingi havia puxado sua cintura pra que colasse o corpo ao seu; era a forma que ele puxava seus cabelos para trás pra expor mais a pele de seu pescoço e maltratá-la como se fosse a última gota de água em meio a um deserto. Era a forma que cambaleavam em meio ao apartamento ao passo que seus pés eram guiados em direção ao quarto. E aquilo era a única coisa que importava para si, e para Mingi agora. Pois agora poderiam ser um do outro sem medo, sem inseguranças, sem preocupações, sem mágoas. Tudo parecia ter voltado a se encaixar, como se o universo tivesse finalmente conspirado para que estivessem juntos novamente, da forma que ninguém deveria ter separado, ou que sempre deveriam estar. Estavam juntos, em paz, e em casa.
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LOYALTY II - O passado fica para trás
FanfictionLivro 2 da saga Loyalty Meses após o escândalo de assumirem o relacionamento para a imprensa, todos os olhares estavam em Mingi e Yunho mais uma vez. Em uma nova fase de suas vidas, decidiram juntos esquecer o passado e superar cada momento doloro...