O que custa tentar?

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A mensagem havia surpreendido Meguru, não esperava receber uma mensagem naquele momento, especialmente daquele cliente. Mas por algum motivo acabou soltando um pequeno sorriso vendo o nome dele. Respondeu, informando que ainda estavam abertos mas que logo iria fechar a cafeteria.

...

Bachira agora encontrava-se embalando dois capuccinos e dois salgados, claramente emputecido. "Se eu soubesse que ele ia me pedir pra ir fazer um delivery quase na hora de fechar a cafeteria, eu não teria dado o meu número pra ele não" pensava pra si mesmo, emburrado e com uma expressão de frustração. Ao menos, o prédio em que Isagi morava era bem perto da cafeteria, deixando fácil e rápida a entrega.

Terminando de embalar dirigiu-se até a parte interior da cafeteria, buscando a chave com intenção de fechar o restaurante pelo dia. Após organizar o que era necessário ser organizado, fechou a porta da frente, trancando-a. E então dirigiu-se até a casa do cliente.

Foi relativamente com raiva para o apartamento de Isagi, porém no meio do caminho foi-se acalmando, até chegar na portaria. Informara seu nome e o número do apartamento pra qual o café era. Por algum motivo, o porteiro o instruiu para ficar esperando, o que fez Meguru estranhar um pouco essa situação.

Agora, estava encostado na parede da entrada, perto da portaria, batendo o pé levemente enquanto esperava uma resposta do trabalhador do prédio. Eventualmente ele apareceu novamente.

O senhor Yoichi disse pra você subir - O porteiro falou, e voltou a sala da portaria.

Meguru quase cerrou os dentes de tanta frustração, primeiro a entrega nesse horário, e agora ter que subir e entregar no apartamento dele? "O senhor Yoichi é bem preguiçoso!" Pensava pra si mesmo, chamando o daquele jeito em sua mente de uma forma sarcástica.

Mesmo assim, entrou no elevador e foi até o devido andar do cliente. Bateu na porta e apertou a campainha, um tempo se passou e nada aconteceu.  Já estava preparado para deixar a embalagem do café ali mesmo e descer, quando a porta abriu.

Deparou-se com Isagi ofegante, com as bochechas um pouco coradas, estava usando uma camisa larga branca e uma calça moletom cinza. Meguru estava em seu uniforme de trabalho (camiseta branca, jeans azul-claro, e tênis branco) com exceção do avental.

- Quanto deu tudo? - Isagi perguntou, em uma voz fraca, se apoiando na entrada de sua casa.

- Quarenta e cinco reais, senhor - Meguru retrucou, olhando para Isagi, logo percebeu o porquê dele ter pedido para que subisse até o andar, e do delivery em si: Yoichi estava doente.

- Não precisa me chamar de senhor, já disse - Fez uma pausa pra recuperar sua respiração - E pode entrar, vou pegar o dinheiro - Falou, virando as costas e adentrando a casa.

Meguru seguiu o cliente, entrando na casa e fechando a porta nessa ação. Olhou ao redor, notou que a casa era bem bonita, bem mobiliada com cores majoritariamente claras. A entrada da casa dava diretamente para a sala, que continha uma televisão grande fixada na parede, um balcão extenso e feito de madeira ficava abaixo da televisão, continha algumas fotos do que aparentava ser Isagi e sua família, alguns retratos, gavetas e documentos jogados num lado do balcão. De frente para a televisão havia um sofá largo, de cor bege e extremamente limpo. "Se eu tivesse um assim, ia tá de outra cor já" Bachira pensou pra si mesmo.

No chão um tapete enorme de cor cinza e bem felpudo cobria uma boa parte da sala. No meio da sala estava uma mesinha de vidro, com somente um cinzeiro em cima  da mesma. "Estranho, ele não me pareceu o tipo de pessoa que fuma" pensou.

Enquanto encarava o cinzeiro, Isagi veio andando, caminhando na direção de Bachira lentamente como quem está com fraqueza.

- Olha... Aqui, sessenta reais, achei que seria bom dar uma gorjeta já que... Você veio aqui nesse horário mesmo sendo o final do seu turno - Tossiu um pouco, e estendeu o braço com o dinheiro.

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⏰ Última atualização: Aug 12 ⏰

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Terno e gravata - Bachisagi / IsabachiOnde histórias criam vida. Descubra agora