Não foi nada não
Somente um cisco no olho
O silêncio sem sentido
O empalidecer sem motivo
O nervosismo sem intenção
A tristeza sem razão
Não foi nada não
Torci o coração
Engoli palavras indescritíveis
Feridas expostas ludibriadas
Não foi nada não
Foi só um tropeço
Sem jeito
Desafetado
Atrapalhado
E nesse desamparo
Alguém sempre repara e indaga
O que foi?
Nada…
Nada, foi a tristeza
Nada, foi a perda
Nada, foi adoecer e abafar tantos nadas
O nada sempre tem alguma razão
Esses nadas que nos anulam
Por desafetos
Desentendimentos
Constrangimentos
Esse mar de nadas
Em que tentamos nadar
E acabamos afogados em nossos medos
Por nada ela apreciou a vida da janela e
quando sentiu que não havia mais o que a surpreendesse
Por nada voou
Para nunca mais voltar
Não Foi Nada
Lô Borges
Sonhei que eu nunca existi
E vi que eu nunca sonhei
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Não foi nada
PoetryPoesia sobre o nada, esse vazio ou sentimento de estar afetado pela tristeza.