Jesus era um dos novos colegas que havia se integrado recentemente na equipe, e nos últimos dias, ele vinha se mostrando bastante prestativo comigo. Hoje, enquanto estávamos no meio de uma tarefa, percebi que ele parecia interessado em me conhecer melhor. “E aí, Rogério, qual é a boa?” ele perguntou, tentando puxar assunto. Eu não estava muito no clima de socializar, mas também não queria ser rude. Dei de ombros e respondi: “Nenhuma, só trabalho e casa, como sempre.”
Jesus, sem se deixar abalar pela minha resposta desinteressada, encostou a mão no meu ombro de maneira amigável e sugeriu: “E aí, que tal beber umas cervejas depois do expediente? Será que você pode hoje?”
Surpreendentemente, dessa vez decidi aceitar. Fazia tempo que eu não saía para beber sem ter que me preocupar em esconder algo ou alguém. Sorri e confirmei: “Sim, vamos sair para beber sim.”
Ele parecia ainda mais animado com a minha resposta e comentou: “Ótimo! Estou doido para relaxar um pouco.”
Enquanto conversávamos, vi Lázaro no canto, claramente ouvindo a nossa conversa. Ele se aproximou devagar, tentando se enturmar sem parecer intrusivo. “O que vocês estão planejando?” perguntou ele, com aquele tom casual que, para mim, soava mais como disfarce do que genuíno interesse.
Jesus, sempre simpático, sorriu e respondeu: “Estamos indo tomar umas cervejas depois do trabalho. Você vem também?”
Pude ver a tensão no rosto de Lázaro, apesar de seu esforço em parecer tranquilo. Ele hesitou antes de responder: “Não, vou passar essa. Tenho alguns compromissos pessoais hoje.”
Fiquei aliviado. Se Lázaro insistisse, a noite poderia se tornar complicada e desconfortável. Mas, felizmente, ele não o aceitou. Jesus, sem perceber o clima, deu de ombros e respondeu com um sorriso simpático: “Sem problemas, da próxima vez!”
Enquanto eu e Jesus trabalhávamos juntos, a conversa começou a tomar um rumo inesperadamente profundo. Foi uma mudança refrescante dos assuntos habituais e sem sentido que normalmente dominavam os dias no trabalho. Durante uma pausa, perguntei: "Jesus, você já ouviu falar sobre o solipsismo?"
Ele olhou para mim com um interesse genuíno, algo que eu não esperava. "Sim," respondeu ele, "é a ideia de que só podemos ter certeza da nossa própria existência e que tudo o mais pode ser uma construção da nossa mente. É um conceito fascinante."
Senti um leve entusiasmo ao ver que ele estava familiarizado com o tema. Continuei, "É estranho pensar que tudo ao nosso redor pode ser apenas uma projeção dos nossos próprios pensamentos. Às vezes, sinto como se o mundo fosse uma criação minha."
Jesus refletiu por um momento, sua expressão ficando mais séria. "Isso muda completamente nossa perspectiva sobre o que é real. Se estamos sozinhos em nossa percepção, isso pode ser muito libertador ou aterrorizante."
Enquanto conversávamos, notei que Lázaro, que escutava a conversa de canto de olho, parecia desconfortável. Ele já conhecia bem essa discussão; já havíamos falado sobre isso em outro momento. Ao invés de se envolver na conversa, preferiu se afastar, claramente desinteressado em revisitar o tema.
Quando o turno finalmente chegou ao fim, eu e Jesus seguimos para o vestiário. Estávamos cansados, mas a conversa havia deixado um clima leve entre nós. Enquanto trocávamos de roupa, não pude evitar de me distrair com os olhares furtivos que trocávamos. Jesus, um moreno barbudo de 28 anos, era bem mais jovem do que eu. Eu não conseguia evitar o pensamento: *Ele tem idade para ser meu filho*. Mas não podia negar que ele era incrivelmente atraente.
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Desconstrução (Thriller Gay Erótico)
Romance🔞 Aviso de Conteúdo Adulto 🔞 Para você que achou que este livro seria apenas um romance, prepare-se para algo mais intenso! Este livro é destinado exclusivamente para maiores de 18 anos, contendo cenas explícitas e temas que podem ser perturbadore...