cp2 revelações e conexões

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O outono avançava, trazendo consigo uma paleta de cores quentes que cobria as árvores da cidade. As folhas caíam lentamente, criando um tapete dourado e vermelho pelo qual Isa e Alex costumavam caminhar. A cada dia, a presença de Alex se tornava menos um incômodo e mais uma constante na vida de Isa.

Enquanto isso, Alex estava decidido a descobrir mais sobre essa garota misteriosa. Ele percebeu que havia algo mais profundo em seu olhar distante, algo que ela não revelava facilmente. Uma tarde, após uma aula de arte em que desenharam paisagens, Alex decidiu arriscar.

“Isa,” ele começou, “eu notei que você gosta de desenhar. Por que não me mostra alguns dos seus trabalhos?”

Isa hesitou, seus olhos se desviando para o chão. “Não sou boa o suficiente,” respondeu ela com uma voz quase inaudível.

“Quem define o que é ‘bom o suficiente’? O importante é que você gosta de fazer isso,” Alex insistiu, animado. “Eu adoraria ver como você vê o mundo!”

Após um momento de silêncio, Isa cedeu. Ela o convidou para sua casa no dia seguinte, um passo significativo para ela. Quando Alex chegou, encontrou um lugar simples, mas acolhedor. As paredes estavam adornadas com desenhos e pinturas — algumas incompletas, outras cheias de emoção.

“Uau! Isso é incrível!” exclamou Alex ao ver uma pintura abstrata que capturava um pôr do sol vibrante. “Você realmente tem talento!”

Isa corou levemente ao ouvir os elogios. “Obrigada… mas eu só pinto quando estou sozinha,” admitiu ela, ainda cautelosa.

“Isso é ótimo! A arte é uma forma de expressão pessoal,” ele disse com entusiasmo. “Você deve se sentir livre quando está criando.”

Ela olhou para ele, intrigada com sua perspectiva. Não era comum alguém entender tão bem sua necessidade de isolamento enquanto criava.

Durante a tarde, eles conversaram sobre suas inspirações artísticas e trocaram ideias sobre as cores e formas que mais amavam. Para Isa, cada conversa era como abrir uma pequena porta em seu mundo fechado; algo que ela não fazia com frequência.

Com o tempo passando, Alex percebeu que ele estava se tornando uma parte importante da vida dela — mesmo que ela não quisesse admitir isso. Ele começou a notar pequenas mudanças em Isa: um sorriso mais frequente ao redor dele e até mesmo a disposição dela para compartilhar pensamentos mais profundos.

Certa tarde, enquanto caminhavam pelo parque onde costumavam se encontrar, Alex perguntou: “O que você gostaria de fazer se pudesse fazer qualquer coisa no mundo?”

Isa parou por um instante, pensativa. “Eu… gostaria de viajar e ver lugares diferentes,” confessou ela finalmente. “Mas nunca tive coragem.”

“Por que não?” ele perguntou gentilmente.

“Porque sempre achei que não era feita para isso… Como se o mundo fosse muito grande e eu muito pequena,” respondeu ela com sinceridade.

Alex sorriu e pegou a mão dela suavemente. “O mundo pode ser grande, mas você também é forte, Isa! Você tem muito dentro de si esperando para ser explorado.”

Nesse momento, algo mudou entre eles. Era como se a conexão estivesse se aprofundando ainda mais; a barreira entre eles começava a desaparecer suavemente.

Nos dias seguintes, eles continuaram a se encontrar regularmente. Cada conversa revelava novas camadas da personalidade de Isa — suas paixões ocultas por literatura e música e até mesmo seus medos mais profundos sobre o futuro.

Alex desafiou Isa a sair da sua zona de conforto; ele sugeriu que ela participasse do próximo concurso de arte da escola — algo que parecia impensável para ela antes.

“Você pode fazer isso! Eu estarei lá torcendo por você!” ele encorajou-a.

Após muito relutância, Isa finalmente concordou em participar do concurso. Havia algo na confiança dele que a fazia sentir-se um pouco mais corajosa.

Enquanto os dias passavam até o evento do concurso, Isa começou a trabalhar em uma nova pintura inspirada nas conversas deles — uma representação visual do crescimento e das mudanças internas que estava sentindo.

No dia do concurso, seu coração disparava enquanto esperava sua vez de apresentar seu trabalho. Quando chegou ao palco e olhou para a multidão à sua frente — incluindo Alex na primeira fila — algo dentro dela despertou.

Ela respirou fundo e começou a falar sobre sua pintura: as cores vibrantes representando suas emoções internas e os traços soltos simbolizando sua luta entre ser aberta ao mundo ou permanecer fechada em seu próprio casulo.

Ao terminar sua apresentação sob aplausos calorosos da plateia — especialmente os gritos animados de Alex — Isa sentiu-se diferente. Era como se aquele momento tivesse quebrado algumas das barreiras que ela havia construído ao longo dos anos.

Naquele instante mágico entre aplausos e sorrisos sinceros, Isa percebeu que talvez existisse espaço para novas conexões em sua vida — e quem sabe até mesmo novas aventuras além das paredes do seu mundo fechado.

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Isa e Alex um novo sentido da vida Onde histórias criam vida. Descubra agora