★ Redenção

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•Visão do Armando

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•Visão do Armando

Quando Aline saiu do quarto, o silêncio tomou conta de mim. Fiquei ali, parado, encarando a porta fechada como se esperasse que ela voltasse. Mas, claro, ela não voltou. Eu precisava processar o que acabara de acontecer, mas como? Como alguém como eu, que sempre teve controle sobre tudo, poderia entender o que estava sentindo agora?

Me recostei na cama e passei a mão pelo rosto, ainda sentindo o calor do toque dela. Aquela sensação me queimava, uma marca que parecia gravada na minha pele, impossível de ignorar. Senti meu peito apertar, como se uma parte de mim, que sempre mantive trancada, tivesse sido exposta pela primeira vez. E, droga, eu não sabia o que fazer com isso.

Aline... O nome dela era um eco constante na minha mente, como um mantra, uma palavra que carregava tanto significado que me assustava. Não era só o som da voz dela ou a suavidade dos seus lábios que me afetava. Não... era tudo o que ela representava. Aline era uma esperança perigosa, uma promessa de algo mais, algo que eu nunca me permiti desejar.

Sempre fui um homem controlado, calculista. Cada movimento, cada decisão, era cuidadosamente pensado. Mas Aline... ela quebrava toda essa lógica. Ela era como uma tempestade, impossível de prever, impossível de controlar. E agora, depois daquele beijo, depois de sentir o gosto dela nos meus lábios, percebi que estava envolvido de uma forma que ia muito além do físico. Ela mexia comigo de um jeito que ninguém jamais conseguiu.

Meus olhos se fecharam, tentando afastar a imagem dela, mas era inútil. Tudo o que eu via era o rosto dela, aquele olhar que misturava preocupação, medo, e... algo mais. Algo que eu não sabia se estava preparado para aceitar. Mas, inferno, ali, naquele quarto de hospital, percebi que não importava. Aline havia se tornado parte de mim, e eu não sabia como, nem queria, arrancá-la.

Eu sabia que sentimentos eram perigosos, que apego, desejo, amor... tudo isso eram fraquezas. Mas, quando se tratava de Aline, eu estava à mercê de todos esses sentimentos. Cada vez que pensava nela, sentia um aperto no peito, uma necessidade desesperada de protegê-la, mesmo que isso significasse afastá-la de mim. Mas como poderia fazer isso? Como afastar a única coisa que me fazia sentir vivo?

Ela é a mulher mais linda que já vi. E isso não é exagero. Nunca, em todos esses anos, encontrei alguém que chegasse aos pés dela. E não é só a beleza física. Não, é muito mais que isso. É o jeito que ela olha para mim, como se visse algo em mim que nem eu próprio acredito que tenha. Isso me destrói e, ao mesmo tempo, me dá uma força que eu não sabia que existia. Ela é tudo o que eu sempre quis e tudo o que eu nunca soube que precisava.

Ela tem um jeito de me desarmar, de quebrar minhas defesas, de me fazer sentir coisas que eu nem sabia que podia sentir. E, droga, eu gosto disso. Gosto da forma como ela mexe comigo, como ela me faz querer ser melhor. Como ela me faz desejar algo mais do que apenas sobreviver. Ela me faz querer viver, de verdade, algo que eu nunca tive antes. E isso me assusta pra caralho.

Redenção- Armando Aretas (PAUSADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora