Capítulo 58: Ricardo

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Nesse momento, eu olhei para Erick, ele me olhou de volta, e então olhou para Davi. Eles trocaram olhares, um pouco confusos, mas Davi estava visivelmente animado.

— Você quer que eu vá? — perguntei, voltando minha atenção para o Davi.

Ele acenou com entusiasmo, e mesmo estando aparentemente confuso, Erick também parecia querer que eu fosse.

— Então tá. Eu vou — concordei, ainda confusa sobre a ideia.

Peguei meu celular e mandei uma mensagem para minha mãe: “Tem uns amigos me chamando para ir jantar, eu posso ir?”

A resposta dela veio rapidamente: “Pode, filha. Só volta cedo!”

Confirmei com um sorriso. Então, enquanto me preparava para sair, o Erick me perguntou:

— Vai para onde?

— Vou te dar privacidade para trocar de roupa — respondi, tentando não parecer ansiosa.

Ele fez uma cara de surpresa, quase como se dissesse “fala sério”, e então olhou para o chuveiro e depois para mim. Eu entendi o recado.

— Então tá — falei, decidindo me sentar em um banco no vestiário.

Erick começou a se enxugar e a se vestir. Enquanto ele se arrumava, murmurou em voz baixa, quase como um sussurro:

— Eu gosto quando você me olha...

Eu não tinha certeza se ele esperava que eu tivesse ouvido, com certeza estava apenas pensando em voz alta e não percebeu que realmente falou alto o suficiente para ser ouvido. Mas foi bom ter ouvido, me senti menos culpada por gostar tanto de olhar.

Ele terminou de se vestir e então me disse:

— Chama um Uber, por favor. Não pode ir os três de moto.

Ele guardou sua moto na escola e ficamos na espera do carro.

— Ricardo — falou Erick, enquanto abria a porta do carro que acabara de chegar.

— O quê? — eu perguntei, confusa.

— O nome do pai é esse. Ricardo. — respondeu Davi.

— Ah. Ok — respondi enquanto entrava no carro.

A noite estava fresca e convidativa quando chegamos ao restaurante. Era um lugar grande e bonito, mas não era exatamente luxuoso, com uma atmosfera acolhedora. A luz suave das luminárias criava um ambiente confortável.

Eu estava um pouco ansiosa, principalmente porque o pai de Erick, ainda não tinha me conhecido. O fato de ele não saber quem eu era me deixava um pouco nervosa. Davi, por outro lado, estava radiante de felicidade. Ele tinha mencionado várias vezes como estava ansioso para ver o pai, e o brilho nos olhos dele era inconfundível.

Entramos no restaurante, e Davi imediatamente avistou Ricardo sentado em uma das mesas próximas à janela. A emoção em seu rosto foi instantânea. Ele não perdeu tempo e correu para o pai, que estava em uma conversa com o garçom sobre o menu.

— Papai! — gritou Davi, seus braços se abrindo em um abraço efusivo.

Ricardo levantou os olhos do cardápio e, ao ver Davi correndo em sua direção, o sorriso no seu rosto se alargou. Ele se levantou rapidamente, recebendo o abraço com um entusiasmo visível. O reencontro foi carregado de emoção; a saudade estava evidente no jeito que Ricardo apertou Davi contra si, e o jeito que Davi se aconchegou em seus braços.

— Meu pequeno! — Ricardo exclamou, a voz embargada de emoção. — Que saudade que eu tava de você!

— Eu também, papai! — Davi respondeu, com a voz tremendo de alegria. — Estou tão feliz de te ver de novo!

Entre Ódio e DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora