Capítulo 35

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Seu cheiro, seu gesto
Do jeito que você me chama
Você age como se gostasse
Agora você saberá como eu sinto minha garota
•••
Eu quero você
Secretamente, penso em você o dia todo
Eu quero andar, você e eu, nossa linha de amor
Pegue as mãos com força
Diga-me que você sente o mesmo que eu
Com você

Love line - TWICE

Assim que chegamos em casa ontem, fui para o meu quarto sem me despedir de ninguém

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Assim que chegamos em casa ontem, fui para o meu quarto sem me despedir de ninguém. Ainda não consigo acreditar que chorei na frente dele. Como pude me expor ao ridículo dessa maneira? Ele apenas estava com a mão na minha perna, e eu fiz uma cena. Ele já fez isso tantas vezes antes, e eu gostava quando ele me fazia um carinho na perna. Então, por que agora fiquei com medo?

Nicholas já sabia disso, que eu me assusto facilmente quando se trata de contato físico com homens, mas nunca com ele. Sei que ele jamais me machucaria, e sua mão estava na minha perna sem que ele percebesse.

Queria jamais ter recuperado minhas memórias; acho que, assim, seria mais fácil. Sim, eu queria fugir de tudo isso feito uma covarde.

Já são oito e meia da manhã. Na noite anterior, dormi na casa de Verônica, com a desculpa de que tínhamos que terminar um trabalho escolar. Parece que os pais dela engoliram a mentira.

A loirinha até tentou me convencer a ir para minha casa, mas não conseguiu. No entanto, me advertiu que eu me arrependeria dessa decisão, e ela estava certa.

Por que a mãe dela não poderia gemer um pouco mais baixo? Algo me diz que ela faz isso de propósito, para que Verônica ouça. Dormir apenas até às cinco da manhã não é um problema; o problema é que ela poderia fazer um pouco menos de barulho, principalmente porque tem Verônica e uma criança na casa.

Provavelmente, os pais dela pensaram que eu tinha ido para casa ontem, depois do suposto trabalho, porque quando desci nesta manhã ficaram surpresos com minha presença — não foi por falta de aviso. Verônica disse a eles que, se não terminássemos antes das onze, eu dormiria lá.

Assim que coloquei os pés para fora da casa dos Johnson, me arrependi imediatamente. Nicholas está em frente de casa, com sua postura impecável; minha nossa, nunca vou me acostumar com ele de terno. Qualquer um pode confirmar que ele fica irresistível assim.

Ele está pegando uma encomenda com o carteiro, o que é estranho. Minha mãe nunca compra coisas pela internet; sei que Guilherme tampouco o fez, e eu muito menos.

O perfil dele, de lado, enquanto assina alguma coisa, mostra o quão lindo é. Seus lábios, que sempre gostei de beijar, estão ainda mais perfeitos hoje. No entanto, vendo a falta de pelos ao redor da boca, suspiro; por que ele tirou a barba mesmo?

Gostava tanto disso nele, a barba! Foi tão difícil segurar a língua para não expressar o que pensava quando o vi assim ontem. Não que eu ache que ficou ruim; é só que prefiro homens com barba. Nicholas com barba.

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