Gragon Tower

Capítulo 21:Sinais e Presságios

Um dia foi o suficiente para o Rei Viserys descobrir como desviar de forma confiável a atenção de todos de Porto Real e da justiça que ele havia feito - ele não queria ser juiz e carrasco aos olhos dos outros, mesmo que fosse justo. Nutrindo cuidadosamente sua imagem de soberano amante da paz, ele decidiu organizar uma grande celebração em homenagem à vitória na Escadaria e mantê-la longe de Porto Real, e convidou senhores e damas de todo Westeros para caçar na Floresta Real. .

A preparação durou cerca de três semanas, e depois a caçada propriamente dita com barracas, fogueiras, festas e conversas durou mais dez dias. Representantes de muitas casas nobres realmente chegaram, embora, para grande pesar de Alicent e de seu pai, Lord Hobert Hightower não tenha podido fazê-lo, tendo machucado a perna na hora errada.

No entanto, em sua ausência, Lord Hand trabalhou por dois, contando detalhadamente aos convidados da caça sobre seu heróico genro Damon, que conseguiu derrotar um inimigo sério e perigoso (a importância desse inimigo crescia a cada dia), e trouxe ordem à capital, prendendo todos os canalhas notórios, e apenas os culpados de crimes. Diante dos senhores mais leais, ele não chamou Damon de príncipe ou pelo nome, mas com as palavras "herdeiro do trono", enfatizando que o reino estava seguro, pois Westeros no futuro seria liderado por um forte, corajoso e digno rei.

Os Lordes não discutiram contra isso. Alicent, seguindo o exemplo de seu pai, falou de bom grado sobre o feito e os méritos de seu marido para as numerosas damas que chegaram à Floresta Real, e com considerável apoio de Rhaenyra. No passado, em caçadas semelhantes, eles bufavam um para o outro, e Rhaenyra evitava conversa fiada de todas as maneiras possíveis. Agora, assim que Rhaenyra ouviu Lady Baratheon duvidar da coragem de Damon, ela imediatamente se transformou em uma dragão muito furiosa e começou a andar com Alicent por toda parte e a falar apaixonadamente sobre a coragem, força e inteligência de seu tio. Até as damas mais céticas cederam ao ataque da princesa, enquanto Alicent se alegrou silenciosamente com o que viu.

E ao que ela teve no casamento também.

Há quase um mês ela desfrutava abertamente de sua vida familiar, às vezes sem acreditar plenamente que havia recebido dos deuses um marido com quem desejava adormecer e acordar. Ao vê-lo na soleira do quarto, ela não sentiu desespero misturado com medo e antecipação de dor, como aconteceu com Viserys, mas alegria. Alegria silenciosa ou alta, sabendo que Damon definitivamente ficaria bem, e talvez até muito bem, se ambos não estivessem muito cansados. Ela gostava de olhar para ele, beijá-lo, bagunçar seus cabelos e acariciá-lo com as palmas das mãos, gostava de senti-lo dentro dela e se inclinar para ele, gemendo embaixo dele. E também - vestir-se para ele com os vestidos que trouxe de Dorne, e com a cueca que lhe deu, e depois observar como o marido examina cuidadosamente, toca, acaricia, enfia os dedos por baixo e pega lentamente no final.

Suas noites tranquilas também a agradavam. Alicent rapidamente percebeu que Damon é um homem de poucas palavras, ele prefere observar mais, e se fala, é direto ao ponto, mas ele respondeu às perguntas dela com boa vontade e detalhes. Ele também trouxe para ela uma nova pilha de livros na língua valiriana e traduziu qualquer palavra ou frase que ela nomeasse, lendo o próximo texto na mesa, enquanto ele próprio examinava as letras do dia. Então, ao terminar, ele geralmente estendia a mão na direção dela, convidando-a a passar da cadeira para o colo dele, o que Alicent fazia com prazer, após o que ambos ficavam em silêncio por um longo tempo.

Ela gostava de ficar tão confortavelmente silenciosa num abraço com o marido, enquanto ele pensava em algo que era sem dúvida importante, e ela pensava na sua. Algumas vezes ela até adormeceu assim e depois acordou de manhã, sem roupa, na cama e com a cabeça apoiada no ombro do marido. Damon, neste caso, olhou com um sorriso condescendente e beijou silenciosamente a testa dela.