Oliver Parker 4

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Puxo o capuz com força, tentando manter minha cabeça aquecida enquanto atravesso mais uma fileira de túmulos

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Puxo o capuz com força, tentando manter minha cabeça aquecida enquanto atravesso mais uma fileira de túmulos.

Cada passo ecoa no silêncio gélido, e não consigo evitar a pergunta que lateja em minha mente: que merda estou fazendo aqui?

O Cemitério McAll é um lugar de ordem mórbida, com fileiras intermináveis de lápides de granito escuro. Cada uma delas conta uma história, e em qualquer outra circunstância, eu estaria bem longe daqui. Mas a mensagem que recebi foi clara: "Me encontre no cemitério McAll às 23:00 em ponto."

A ordem era simples, direta, e carregava um peso que eu não podia ignorar. A noite estava tão fria que, mesmo envolto no moletom, o vento cortante parecia penetrar minha pele. Eu tinha uma escolha: ignorar a ordem explícita, como já fizera outras vezes. Era a escolha mais óbvia. Porém, as consequências dessas escolhas não estavam sob meu controle. Não estavam há muito tempo.

Não sei como tudo começou. Na primeira mensagem, pensei que estivesse sendo alvo de algum golpe ou uma brincadeira de péssimo gosto. Mas os anos passaram, e as mensagens tornaram-se assustadoramente sérias. A primeira vez que neguei um encontro, no dia seguinte, encontrei a garota com quem eu tinha dormido na noite anterior morta na rua em frente à minha casa.

O frio na minha espinha é ainda mais cortante do que o vento à medida que me aproximo do local indicado. Pego meu celular e vejo que são exatamente onze horas. Antes que eu possa guardar o aparelho, o brilho de uma nova notificação ilumina meu rosto.

Anônima: Pegue a venda do túmulo da senhora Morgan e coloque no rosto. Não ouse espiar.

Meu coração acelera. Respiro fundo, tentando controlar o medo que ameaça me dominar.

Olho ao redor, tentando localizar o túmulo da senhora Morgan. O cemitério é um labirinto de pedras e sombras, e o silêncio parece engolir cada som que faço.

Finalmente, encontro o túmulo.

A venda está ali, dobrada cuidadosamente sobre a lápide fria e úmida. Pego-a com os dedos trêmulos; a textura áspera contra minha pele. As palavras da mensagem ecoam em minha mente: "Não ouse espiar."

Um frio gelado atravessa meu corpo, não por causa do vento, mas pelo peso da escolha que tenho que fazer. Colocar a venda significa ceder completamente ao controle dessa pessoa. Significa se entregar ao desconhecido, sem nenhuma garantia de sair ileso.

Fecho os olhos por um instante, tentando reunir coragem.

Finalmente, prendo a respiração e amarro a venda sobre meus olhos, mergulhando na escuridão absoluta. Tudo o que posso ouvir agora é o som do meu próprio coração, batendo freneticamente contra o peito, e o leve sussurro do vento que me rodeia, como se estivesse esperando o próximo movimento.

Meus pensamentos se dispersam quando ouço o primeiro som de passos.

Travo imediatamente, minha coluna rígida, quando sinto unhas roçarem na minha nuca. Penso em virar, mas na mesma hora o som de uma arma sendo destravada quebra o restante do silêncio da noite. Sua voz surge, pela primeira vez, audível o suficiente para que eu note a maciez com um leve resquício de rouquidão.

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⏰ Última atualização: Aug 14 ⏰

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Garotas Obcecadas 1 - O Segredo de RavenaOnde histórias criam vida. Descubra agora