𝐃𝐨𝐦𝐢𝐧𝐚𝐧𝐝𝐨 𝐌𝐢𝐧𝐡𝐚 𝐏𝐫𝐨𝐟𝐞𝐬𝐬𝐨𝐫𝐚

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___ Ângela Miller ___

Mais um dia, chego em casa cansada e com o corpo pesado, pedindo um banho quente e o conforto da minha cama. Ficar o dia inteiro em uma faculdade não é fácil, é desgastante para falar a verdade.

Mas, infelizmente, não posso descansar por completo quando chego em casa.

Já faz 2 meses que o meu marido, agora ex, e eu nos divorciamos. Alega ele que eu sou obcecada pelo meu trabalho, que eu não dava a devida atenção pra ele e que ele já está esgotado de tanto esperar por mim a noite.

Mas vai fazer exatamente 1 semana que eu descobri que ele me traiu com ex vice-diretora de uma faculdade prestigiada da cidade. O impacto dessa notícia foi grande, mas agora estou bem.

Não era amor de verdade, eu, tecnicamente, fui obrigada a casar-me com ele por causa do dinheiro e privilégios para os meus pais. Eu fui só um objeto para tal ato acontecer.

Por causa desse divórcio, meus pais não olham mais na minha cara e eu não faço questão pra isso.

Enfim, hoje vivo sozinha, mas feliz por finalmente poder ser quem eu quero sem ter pressão, cobranças e marido.

Deixo minha bolsa encima do sofá da sala, me sento no mesmo para tirar o salto que me machucou durante o dia, ando descalço pelo chão gélido até meu quarto.

Tudo que eu anseio agora é um banho quente, comida e cama. Mas claro, não posso fazer nada nessa ordem.

Preciso de umas férias...

(...)

Acabo de comer minha comida, mas continuo preparando a aula para amanhã no meu notebook que já está quase pedindo arrego.

São dez da noite, cheguei em casa oito. Normalmente, chego em casa a partir das 6, mas o professor que troca de turno comigo, acabou se atrasando hoje no primeiro horário, então tive que ficar dando aula até ele, finalmente, chegar.

Vida de professor nunca para, basta saber organizar as coisas e não deixar para fazer depois o que você pode fazer agora, tipo eu. Jantei preparando a aula pra amanhã.

Antes mesmo de acabar com as atividades, alguém aperta a campainha, mesmo eu sabendo quem era, não estava com nenhuma vontade de atender.

Mas conhecendo a peça, sei que não vai embora e vai ficar apertando a campainha até afundar ela.

Me levanto, deixando o notebook ligado, e ando descalço até a porta de entrada, suspirando.

— Até que enfim, achei que ia deixar eu dormir aqui fora hoje — Diz entrando.

Quando um amigo pega intimidade, é isso que vira, pra frente.

— Oi Emanuelle, boa noite, eu tô bem e você? — Sou sarcástica quando fecho a porta e ando atrás dela que está na cozinha.

— Nem me esperou para jantar — Diz ela vindo pra mesa com um prato cheio de comida na mão e ignorando minha fala.

Pra frente, eu disse.

— Tenho mais o que fazer do que ficar esperando você, baby — Digo, me sentando enfrente meu notebook novamente.

— Nossa, seca — Diz, se sentando na minha frente na mesa — Enfim, ficou sabendo que o diretor da faculdade vai chamar a gente para ter uma reunião amanhã quando chegarmos na escola? — Diz de boca cheia, comendo a comida que nem uma porca.