43 "Parabéns"

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Eu estava pronto para acabar com ela, meu instinto implorava para quebrar o seu pescoço e drenar todo o seu sangue. Mas algo lá no fundo ainda me impedia que eu finalizasse o que o meu corpo estava querendo tanto.

O seu olhar amedrontado para mim era como duas facas que se cravava no meu peito. E ainda assim, a sede e a necessidade de beber o seu sangue continuava a possuir-me.

Agarro a sua perna antes que ela pudesse se afastar novamente, mas a solto quase de imediato após ouvir um barulho alto vindo de fora. Observo Stella se levantar, com uma mão sobre o pescoço, onde eu havia apertado, e ir até a porta, dando de cara com alguém que eu não conseguia ver de onde eu estava preso.

— Ora ora... Se não é a nossa fugitiva. — Aquela voz... Era aquele maldito.

Stella dava passos para trás, a medida que Lúcio se aproximava dela.

— Caramba! Espero que eu não tenha interrompido nada. — Ele gargalha ao me ver preso. — A bonequinha te pegou te jeito, Oliver.

— Vai se foder! — Forço as correntes, mas era em vão. Não poderia me sentir pior estando nesse estado.

— Eu me foder? Você vai se foder agora, meu amigo. Peguem a garota. — É só agora entram mais três homens, indo pra cima de Stella.

— Não... Me soltem! — Surpreendendo a todos, Stella consegue derrubar dois deles em questão de segundos. Ela enfim estava entendendo o tamanho da sua capacidade.

O outro que ainda permanecia de pé caminha até ela devagar, e antes que ela pudesse se defender novamente, Lúcio já estava atrás da mesma, aplicando alguma merda nas costas dela, que logo perde a consciência, caindo em seus braços.

— Não se preocupe, cuidarei bem da nossa garota. — Falava enquanto fazia carinho em seus cabelos.

Quem aquele desgraçado pensava que era?

— Boa noite boneca. — Ele continua a falar, enquanto eu tentava incessantemente alcançá-lo, só então olhando para o lado, tarde demais para prever o soco no rosto que recebi de um dos seus. Sendo a última coisa que vi antes de apagar.

[•••]


— Olha só quem acordou. — Abro os olhos, ainda me sentindo zonzo, vendo agora, muito mais homens caminhando pelo quarto em que estava. — Que lindo, acordaram juntos!

Olho para Stella, que agora também estava presa por uma corrente, mas essa era diferente da minha, pegando só em um dos braços.

— O seu sangue é delicioso, o doce sangue humano, com uma pitada de veneno que correm em nossas veias, nos deixando extasiados. — Lúcio falava enquanto passava suas mãos nojentas pelo corpo de Stella que ainda estava mole.

— Tire as mãos dela, seu maldito! — Não permitiria que ele tomasse o sangue dela novamente. Ele não irá matá-la, se alguém tiver que fazer isso, esse alguém seria eu.

— Ei! Se acalma... Não farei nada com a garota, pelo menos, não ainda.

Eu conheço Lúcio, ele iria me torturar até que eu implorasse para ele, eu estava ciente disso. Eu conhecia os seus joguinhos.

— Sabe... Eu sempre quis ter um filho meu.

— Foda-se as suas vontades!

— Como eu ia dizendo. Eu adoraria ter um filho, mas eu e a minha querida esposa não podemos ter, problemas de vampiros.

— A sua infertilidade não me importa. — Respondo, recebendo um soco no rosto dele em resposta.

— Porra! Já falei para me deixar terminar! — Lúcio grita esteticamente, respirando fundo antes de continuar a sua historinha. — sabe o que eu descobri? Que agora eu posso ter o meu tão sonhado filho! Não quer saber como?

— Eu passo.

— Tudo bem, falarei mesmo assim. Terei um filho através da nossa querida bonequinha mestiça! Não é incrível?

Olho para ele só pra ter a certeza de que ele falava sério, só para encontrar o seu sorriso nojento que não saia da sua boca.

— Não fale merda! Sabe que vampiros não se reproduzem!

— Exatamente! Mas ela é filha de uma humana também!

— Deixe ela em paz, Lúcio. Foi eu quem torturou a sua mulher, eu que matei metade dos seus subordinados! O seu negócio é comigo!

— E que jeito melhor de me vingar de você se não atingindo quem você mais protege?

— Eu vou te matar! Porra, eu vou matar você, está me ouvindo?

— Precisa se acalmar, Oliver, eu nem contei a melhor parte ainda.

Ele só podia estar zoando com a minha cara.

— Se eu não conseguir engravidá-la não terá problemas, nesse caso, eu ficarei com o seu. Criarei ele como se fosse meu.

— Mais que merda você está falando?

— Você não sabia? — Ele pergunta, colocando as mãos sobre a boca em uma falsa surpresa. — A sua garota me dará um filho. Parabéns para nós!

Olho ainda paralisado para Stella, que já me olhava tão em choque quanto eu. Como eu não ouvi o coração dele bater? Como eu não senti a sua presença?

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