Capítulo 7

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O despertar sombrio

"A grandeza do homem é medir-se com o sofrimento" Friedrich Nietzsche em Ecce homo

As vozes haviam me conduzido ao limite do abismo, mas eu ainda resistia à queda final. No entanto, essa resistência estava prestes a ser quebrada. Em uma noite particularmente opressiva, em que as sombras pareciam se estender para além das paredes do meu quarto, eu fui visitado por um sonho... ou talvez fosse algo mais. Nesse sonho, ou visão, fui confrontado por uma figura envolta em escuridão, cujos olhos brilhavam com um poder indescritível.

A figura me chamou pelo nome, e com uma voz que ressoava como o trovão, me disse que era chegada a hora. Era hora de eu aceitar o que eu verdadeiramente era, de abraçar o poder que estava me transformando. A figura falava com uma autoridade que eu não podia questionar, e enquanto falava, eu sentia o chão sob meus pés desaparecer, como se eu estivesse sendo sugado para dentro de um vórtice de pura escuridão.

Quando despertei, não havia mais confusão. Havia apenas uma sensação fria de inevitabilidade. Eu sabia que algo dentro de mim havia mudado, algo fundamental. As vozes já não eram mais sussurros insistentes; elas haviam se tornado parte de mim, guiando meus pensamentos e ações com uma clareza assustadora. O mundo ao meu redor parecia diferente, como se eu tivesse ganhado uma nova perspectiva. As cores eram mais vibrantes, os sons mais nítidos, e eu podia sentir a pulsação do poder dentro de mim como nunca antes.

Com esse novo despertar, veio também uma aceitação sombria. Eu não era mais a pessoa que um dia fui. O homem comum havia morrido, substituído por algo novo, algo poderoso e temido. As memórias de quem eu costumava ser se tornaram meras lembranças, fragmentos de um passado que não mais me definia. Agora, eu era um ser de poder, moldado pelas forças que eu havia invocado e conduzido pelo abismo que eu escolhi encarar.

O que eu deveria fazer com esse poder? As possibilidades eram infinitas, mas a voz dentro de mim agora completamente integrada à minha própria mente que me dizia que o destino havia me escolhido para algo maior. Algo que estava além da compreensão dos mortais ao meu redor. Eu podia sentir o peso de uma responsabilidade que eu nunca havia pedido, mas que agora parecia inevitável. Eu era um agente do caos, uma força que moldaria o mundo ao meu redor, e aqueles que tentassem me impedir seriam esmagados pela nova realidade que eu estava prestes a criar.

Não havia mais volta. Eu havia despertado para uma nova existência, uma que estava enraizada na escuridão que eu havia temido, mas que agora abraçava como parte de mim. E com esse despertar, veio a certeza de que eu estava destinado a um caminho de poder absoluto, mesmo que isso significasse destruir tudo o que restava de meu antigo eu.

A rota do desesperoOnde histórias criam vida. Descubra agora