Por qual razão tudo tinha que ser tão abstrato, havia pensamentos em sua cabeça cujo acha que nunca os compreenderá, já outros cujo compreende perfeitamente, mas ao mesmo tempo são tão confusos e distorcidos.
Com papel colorido preparado nas mãos, procurava palavras para registrar nele, antes de dobrá-lo perfeitamente no formato de um avião e ordenar um Kakushi para enviá-lo até a vila dos ferreiros. Porém já estava a vários minutos ou talvez já fizesse até uma hora em que se revirava pelo chão de seu quarto vazio e espaçoso, pensando no que poderia escrever.
Falta do que dizer não era o problema, pois sua mente transbordava palavras sem parar, jorrando-as como uma grande cachoeira de frases, no entanto, não podia escreve-las ao ferreiro, pois pareciam tão estranhas, ousadas e inapropriadas de se enviar a um menino.
Um menino de apenas dez anos.
Não gostaria de ser mal interpretado por ele, ou do mesmo começar a rejeitar suas cartas por causa de suas palavras mal pensadas. Todavia imaginava o que escreveria ao mesmo se pudesse passar em frases e estrofes tudo o que acelerava seu coração, coisas que nem ele mesmo sabia o que era, fazendo-o sentir medo do que seria registrado naquela folha de papel se deixasse isso acontecer.
Era plena madrugada, entretanto a onda de energia que se apossava do corpo do pilar da névoa não permitia que o sono fizesse seu efeito, acabando por deixá-lo desperto mesmo sabendo que tinha suas responsabilidades logo ao raiar da manhã. As vezes era bom se portar como um garoto qualquer de sua idade, e madrugar acordado, enquanto pensa em palavras para escrever em uma carta para uma pessoa especial.
Mesmo sabendo que não tinha esse direito.
Já havia enviado outros aviõezinhos para o mais novo, então estranhava, pois dessa vez quando foi escrever sentiu em retratar algo diferente de seu cotidiano dia a dia, foi quando tudo começou, as lembranças de quando se falavam, riam ou até quando brigavam juntos vieram a sua cabeça, o fazendo pensar e sentir coisas cujo não entendia por completo, deixando-o confuso e atordoado em meio a seus próprios devaneios.
Dês de quando teve suas lembranças e memórias de volta as vezes se pegava pensando nisso, por outro lado, sempre deixava de lado para se concentrar nos treinos com os espadachins ou com seus outros afazeres. Mas agora, sozinho em seu quarto, não tendo ruído ou dever algum para distraí-lo, sua astuta mente ficava a martelar tais pensamentos tão reprimidos e escondidos.
E se... Talvez devesse ouvir o que sua cabeça teimosa tem a falar, e talvez transferir para palavras. Pois mesmo não a enviando para seu destinatário, seria uma carta de seus pensamentos reprimidos para si próprio, pois estava farto de tanto se perder no mais novo sem saber o motivo para isso.
Queria desesperadamente saber o que estava acontecendo consigo.
Naquele quarto sem nada além dele e de poucos móveis e pertences, posicionou-se para começar sua escrita, colocando a ponta feita de seu lápis contra o papel, procurando se lembrar de tudo o que sua cabeça pensava sobre o menor e trazer as palavras para o mundo real.
A primeira coisa que imaginava quando seus pensamentos paravam nele, era em sua máscara, era difícil de se apegar a qualquer ferreiro por conta de suas máscaras que tapavam seus rostos. Cobrindo suas faces humanas, suas expressões e consequentemente parte de seus sentimentos, os fazendo distantes e difíceis de se ver como pessoas comuns com emoções e famílias.
Mas por algum motivo havia se afeiçoado por seu antigo ferreiro, senhor Tetsuido, o mesmo era tão preocupado e cuidadoso para com seu bem-estar, alegando sempre que Muichiro ainda era um menino, e deveria tomar cuidado durante as missões. Tokito gostaria de ter conseguido ser mais próximo dele, porém mesmo assim o via como uma pessoa de carne e osso, ultrapassando além do que a máscara escondia.
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•~ Mãos ~• Armyo Taku
FanfictionPensamentos são coisas que não temos o poder de controlar, eles são livres para voarem onde desejam, não obedecendo a nada e nem a ninguém. Mas o que fazer quando esses pensamentos se negam a abandonar um certo alguém?