Estranho

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S/N Kriston Point Of View
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Acordo com o som suave da movimentação na casa. O sol começa a espreitar pelas frestas da cortina, iluminando suavemente o quarto. Olho para o lado e vejo meu irmão Henri dormindo profundamente, com um fio de baba escapando do canto da boca. Sorrio, lembrando dos momentos de infância; Henri não mudou muito. Agora ele é pai, mas ainda mantém o mesmo jeito despojado, como se as responsabilidades não tivessem alterado sua essência.

Com cuidado para não acordá-lo, levanto da cama, sentindo o chão frio sob meus pés descalços, e sigo para o banheiro. A água quente do chuveiro relaxa meus músculos e ajuda a clarear a mente. As ameaças recentes e o comportamento peculiar da minha mãe martelam meus pensamentos, um constante lembrete do turbilhão emocional que enfrento.

Depois de me molhar, vou até o closet, onde o cheiro familiar de roupas limpas me envolve. Pego a bolsa de ginástica e visto uma calça junto de um top faixa, apreciando o conforto do tecido contra a pele. Sentada à penteadeira, observo meu reflexo no espelho e ligo o secador, ouvindo o som suave que preenche o quarto. Meu cabelo está comprido, caindo em ondas suaves sobre as costas. Enquanto penteio os fios, ouço o resmungo de Henri.

— Por que não me acordou? — pergunta ele, com a voz ainda rouca de sono.

— Porque eu só estou me arrumando. Ainda tá cedo — respondo, rindo, enquanto desligo o secador.

Ao descemos para tomar o café da manhã Rita recebe meu irmão de uma forma calorosa, afinal, havia muito tempo que eles não se viam.

Logo em seguida do café, minha mãe aparece anunciando que estava tudo certo para minha mudança, vou embora dali sem ao menos conversar com ela, sem nem dar tchau.

Meu pai e meu irmão me acompanham ate o ginásio, aonde estava tendo um pequeno festival. Que nós tirava um pouco do momento tenso que estávamos.

Logo antes de começar o treino, me junto a Julia puxando-a até o banheiro.

— Eu sou casada mulher — Reviro os olhos.

— Sabe que daqui a pouco a Flávia tá aqui puxando minha orelha né?

— Julia, minha mãe ameaçou de quebrar as duas pernas da Flávia — Começo a contar para ela tudo o que eu havia escutado e vivenciado na noite anterior. Em troca, apenas recebo uma cara assustada.

— Eu vou ver com as meninas se elas querem ir pra sua casa, aí a gente te ajuda — Concordo com a cabeça.

Fico ali sozinha com o som abafado do banheiro, em seguida recebendo uma Flávia de braços cruzados.

— Posso saber o que a Julia tava fazendo aqui com você?

— Nada do que eu e você faríamos — Vejo-a se aproximar lentamente.

— Vai me ajudar hoje? — Pergunto vendo sua cara seria.

— Ajudar? com o que?

— Estou de mudança — Explico vendo sua reação surpresa.

— Você? Achei que sua mãe fosse do tipo possessiva.

— E ela é, mas meu pai deu um jeitinho — Afasto seus cabelos para o lado.

— Hm, e o que eu vou ganhar ajudando? — Pergunta mais próxima do que deveria.

— Nada do que eu não te daria, Flávia.

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VEI, TIVE QUE ADPTAR RAPIDAO PORQUE EU PERDI O CAPITULO INTEIRO QUE ODIOOOOOOOOOOOOOOO, AMANHA EI ARRUMO GENGE 😭😭😭😭😭😭

Duelo - Flávia Saraiva/YouOnde histórias criam vida. Descubra agora