Enquanto caminhávamos em direção à casa de Jesus, eu não conseguia evitar os pensamentos que me rondavam. Estava cada vez mais difícil lidar com o ciúme que sentia de Rogério. A ideia de compartilhá-lo com alguém me deixava inquieto, mas, ao mesmo tempo, havia algo profundamente excitante em ver Jesus e Rogério juntos. A dualidade dos meus sentimentos me deixava dividido, entre a obsessão e o desejo.
Quando chegamos à casa de Jesus, fomos recebidos por um ambiente simples e acolhedor. A kitnet era pequena, mas tinha um charme modesto. Jesus nos fez sentir à vontade imediatamente. "Podem ficar à vontade," disse ele, indo até a geladeira e pegando algumas cervejas. Serviu-nos com um sorriso e logo pediu: "Rogério, coloca uma música aí pra gente descontrair."
Rogério ligou a TV e escolheu um vídeo de músicas dos anos 80 no YouTube. O som clássico encheu o pequeno espaço, criando uma atmosfera descontraída. Sentamos no sofá, cervejas nas mãos, e começamos a conversar.
Jesus, sempre o mais animado, interrompeu o silêncio inicial. "E aí, vamos ficar todo mundo quieto? Vamos socializar! Que tal uma brincadeira pra animar? Verdade ou desafio?"
Rogério e eu trocamos um olhar e concordamos. Era uma boa ideia para quebrar o gelo.
A brincadeira começou. Giramos a garrafa, que parou apontada para mim. Jesus foi o primeiro a perguntar, com um olhar curioso. "Lázaro, verdade ou desafio?"
Optei por "verdade", querendo manter as coisas sob controle.
Jesus não perdeu tempo. "O que você sentiu em saber do meu envolvimento com Rogério?"
A pergunta me deixou exposto, mas eu sabia que precisaria ser honesto. "Me senti traído e com ciúmes," admiti, sentindo o peso daquelas palavras. "Mas estou tentando lidar com isso."
Jesus pareceu satisfeito com a resposta, e giramos a garrafa novamente. Dessa vez, caiu em mim para fazer a pergunta. Virei-me para Jesus, curioso. "Verdade ou desafio?"
Jesus escolheu "verdade" também, e eu fui direto ao ponto. "E sua família? Você tem contato com eles?"
Jesus deu um suspiro, o olhar dele ficando sombrio por um momento. "Não sou próximo dos meus familiares. Eles são uma raça de crentes fervorosos que me veem como o diabo em pessoa. Desde que me assumi, saí de casa e tive que me virar nas ruas. Foi por isso que me adaptei ao estilo de vida hippie, acampando e trabalhando em obras aqui e ali, até conseguir alugar essa kitnet."
Senti uma pontada de empatia por ele. "Deve ter sido difícil ter que se virar sozinho," comentei, tentando demonstrar sensibilidade.
Rogério, sempre perspicaz, fez uma observação que fez Jesus sorrir levemente. "Família crente fervorosa... Isso explica seu nome, Jesus. Agora faz sentido."
Voltamos a girar a garrafa, e dessa vez ela parou apontada para Rogério. Ele olhou para mim com um sorriso curioso. "Verdade ou desafio?"
Escolhi "verdade" novamente, e a pergunta veio rápida. "Você sente alguma atração por Jesus?"
Engoli em seco, mas decidi ser honesto. "Sim, eu sinto atração por ele. Você é um moreno bem bonito, jovem e atraente," disse, olhando diretamente para Jesus. "É impossível não te achar um tesão." Mas então, virei meu olhar para Rogério, deixando claro o que realmente sentia. "Mas não tanto quanto sinto atração por você, Rogério."
Jesus sorriu com a resposta, brincando: "Agradeço sua admiração."
Havia uma tensão no ar, mas Jesus, sempre pronto para mudar o clima, deu uma pausa na brincadeira. "Quase me esqueci, preciso bolar um baseado pra gente."
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Desconstrução (Thriller Gay Erótico)
Romansa🔞 Aviso de Conteúdo Adulto 🔞 Para você que achou que este livro seria apenas um romance, prepare-se para algo mais intenso! Este livro é destinado exclusivamente para maiores de 18 anos, contendo cenas explícitas e temas que podem ser perturbadore...