Luke agora percorre o mesmo bairro luxuoso onde ganhou cem reais de um garoto aborrecido na rua. Ele vai de casa em casa, buscando alguém que conheça o garoto pelas características que Luke descreveu, e sem respostas… Até que finalmente encontra uma senhorinha na rua e decide perguntar a ela: “Boa tarde, senhora, posso fazer-lhe algumas perguntas?”
Então a senhorinha, com um lindo sorriso no rosto, responde: “Claro que pode, sobre o que seria?”
E Luke explica: “Você saberia me informar se por aqui mora um garoto loiro, um pouco maior que eu assim” ele demonstra “e que tem olhos azuis e… uma pele bem clara.”
A senhora responde com uma expressão de surpresa: “Oh, na cidade toda existe apenas uma família de olhos azuis, a família Frankyer. Eles são extremamente ricos, são bondosos, mas não é tão fácil conversar com eles. São ocupados e reservados. Dizem que apenas membros da família e amigos conseguem entrar em contato direto com eles, mas todos sabem onde moram, e acho que sei de quem está dizendo, acredito que seja o filho mais velho do casal Frankyer.”
Luke não entende muito bem o exagero sobre o contato com as pessoas da família Frankyer, mas mesmo assim compreende a fala da senhora.
“Hmmm, certo, e… posso fazer mais duas perguntas?”
A senhorinha doce responde: “Diga, não tenha pressa.”
“Mas onde eles moram, e qual é o nome do garoto?”
Ela fica surpresa, mas responde: “Ah, vai lá? Eles moram a duas quadras daqui, impossível não saber. É a maior casa que tem, e o nome do garoto é Butter.”
“Ah, entendi, muito obrigado mesmo. A senhora me ajudou tanto que não tem noção. Muito obrigado, até mais.”
A senhorinha solta uma gargalhada e diz: “Que nada, filho, boa sorte.”
Enquanto caminhava em direção à casa destinada, Luke recordava o nome do garoto. “Bu…Butt…Butter! Butter!” Quando menos se dá conta, ele dá de cara com a maior casa que já viu em toda sua vida.
Então se depara com dois homens muito fortes e altos parados em frente à casa, mas apenas um deles pergunta a Luke:
“Quem é você, e o que está fazendo aqui?”Luke, com uma expressão perdida, responde: “Eu sou o Luke…? E quero falar com o Butter…?”
“Um momento,” o segurança entra na casa enquanto o outro encara Luke com cara feia, mas mesmo assim Luke permanece calado, esperando por algo.
Já dentro da casa, Butter é interrompido por um de seus seguranças que bate em sua porta. Butter o deixa entrar e, em silêncio, espera o homem dizer algo. “Senhor Butter, tem um garoto lá embaixo, ele pode entrar?” O segurança aponta para fora da janela na direção em que Luke está.
Butter aprofunda o olhar na direção indicada e com uma expressão de surpresa reconhece Luke, então diz: “Deixem ele entrar, peça que espere na sala.”
O segurança o olha com confusão, já que o mesmo nunca permitiu que alguém entrasse em sua casa, mas mesmo assim segue suas ordens e assim faz.
Então o segurança desce e logo se aproxima de Luke. “E aí, garoto, pode entrar. Deixa que eu te acompanho até a sala.”
Luke fica sem saber o que fazer. Achava que não conseguiria, então quase inconscientemente ele segue o homem até a sala. Luke nunca viu uma sala tão grande em toda a sua vida. Ele até se belisca discretamente para ter certeza de que não está em um sonho lúcido, de tão impressionado que está com o lugar.
“Se continuar com essa cara, vão te tirar daqui. Vem logo.”
Luke vira para trás e vê Butter no final da escada que leva ao andar de cima. “Ah, é você mesmo,” Luke diz sorrindo, e Butter responde enquanto sobe as escadas, “Venha.”
Então Luke segue Butter até um cômodo gigante, com paredes de veludo vermelho, uma cama de casal gigantesca e uma escrivaninha cheia de livros e canetas, sem contar o tapete enorme que cobre o quarto inteiro. Ele estava encantado.
“E você veio fazer o quê aqui? Me lembro de você,” pergunta Butter.
“Vim agradecer pelo dinheiro. Eu saí correndo e mal agradeci. Queria dizer o quanto irá me ajudar,” responde Luke com os olhos brilhando.
Butter se sente envergonhado ao lembrar que Luke o encontrou quando estava chorando. “Ah, está tudo bem. E como descobriu quem sou e onde moro?”
“Ixi, foi fácil. Uma senhorinha que me disse,” disse Luke, se gabando.
“Certo, mas você sabe que não pode ir embora agora, né?”
“Hã? Não?”
“Não.”
“E eu faço o quê agora?”
“Não sei, mas meus pais não estão aqui e eles não podem te ver indo embora com essas roupas. Eu sinceramente não me importo, mas eles sim. Venha, posso te doar algumas roupas minhas.”
“Está tão ruim as-”
A fala de Luke é interrompida pelo puxão de Butter, que agarra seu braço e o leva para outro cômodo GIGANTE, mas dessa vez, só tem roupas neste cômodo.
Luke fica impressionado com a quantidade de roupas. "Meu Deus... acho que nunca conseguiria tantas roupas nem se vivesse por 100 anos."
Butter ri, um pouco sem jeito. "Pelo menos agora você tem algumas delas."
De repente, o cômodo fica silencioso, e Luke pergunta, confuso: "Por que me deixou entrar? Não somos amigos nem parentes."
"Eu sei."
"…"
"Ah, sei lá, eu não tenho muito contato com outras pessoas. Tive pouco contato com você, mas para mim foi suficiente para ver que você é uma boa pessoa."
"Você é um rico estranho... Como pode um rico confiar em um pobre que o abordou na rua para pedir dinheiro quando você estava chorando?"
"Ah... você lembra. Sobre o choro, esqueça isso, por favor. Mas quero te pedir uma coisa."
"Esqueci." Luke sorri.
"Finja para meus pais que é como eu, mas só se eles te virem aqui em casa."
Luke fica confuso com o pedido. "Como assim, rico? Por quê?"
"Meus pais nunca deixariam alguém assim…entrar em casa, e…eu quero ser seu amigo." Butter está tão envergonhado que abaixa a cabeça para que Luke não veja seu estado.
"Você? Meu amigo? Por que eu?" Luke perguntou confuso.
"Não é nada demais."Horas depois, os pais de Butter já estavam em casa e foram cumprimentar Luke.
"Olá, Butter. Quem é esse? Tudo bem?" Karla estendeu a mão para cumprimentar Luke."Oi, mãe. Este é o Luke, meu amigo do bairro."
"Do bairro?" questionou Luke.
"Sim, do bairro", confirmou Butter.
"Sou um amigo do bairro e estou bem, senhora. Obrigado por perguntar", respondeu Luke.
"Que querido. Bem, tenho que descer. Até mais", disse Karla ao sair do quarto, deixando Butter suspirar aliviado.
"Desculpe por te fazer mentir, Luke", disse Butter.
"Está tudo bem", respondeu Luke, sorrindo.
"Luke, antes de ir embora, tenho algo para te entregar."
"O que é?""Pegue, vai te ajudar."
Luke arregalou os olhos como nunca antes.
"Butter, não. Trezentos é muito para mim.""Eu não acho. Pegue."
"Não, mas..."
"Fica."
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Última Investigação: Desvendando a Própria Morte
Mystery / ThrillerOs irmãos Alis, órfãos desde que perderam os pais em circunstâncias obscuras, vivem à margem da sociedade, lutando diariamente pela sobrevivência sem um centavo no bolso. Seus pais, antes de morrerem, eram investigadores renomados que se dedicaram a...