•• EU, VOCÊ e o que não dizemos! ••
Quando os olhos falam, as palavras silenciam.
______________________________________"Eu sei tudo o que estou sentido, só não sei explicar." OLAF
ACORDO ATORDOADA com tanto barulho.
Tinha ido dormir depois das três da manhã, foi uma longa noite de insônia.
Eu prometi a mim mesma que não iria me estressar com a resposta das audições mas não ter notícias estava me tirando o sono e a ansiedade estava me consumindo.
Levanto emburrada por ter meu sono interrompido. Estou vestindo a camiseta dos Mamonas Assassinas que Donavan me deu de presente no meu aniversário, quando ainda éramos alguma coisa.
Desço as escadas e vejo uma movimentação em direção ao jardim.- O que está acontecendo? - solto um bocejo.
- Bom dia querida! Vamos dar uma festa no, aproveitar o lindo dia de sol. Vá se trocar. O café será servido lá fora hoje. - comenta Bárbara toda animada.
Festa na jardim? Em pleno outono. Que chatice! Caminho em direção ao quarto quando dou de cara com Donavan no corredor. Ele me encara e eu esqueço que estou vestindo apenas uma camiseta curta sem short.
- Puxa Vida! - exclama. Inspira. E solta o ar pausadamente.
- Camiseta legal! - ele tem um olhar atrevido que desce até minhas coxas.Diferentemente do passado, onde eu ficaria vermelha e envergonhada, dessa vez não me escondo.
- Obrigada, foi você quem me deu!
Ele então solta uma gargalhada. A primeira desde o acidente, e meu coração transborda de felicidade ao escutá-la.- Eu? Acho que tenho bom gosto, não só para camisetas... - ele deixa no ar alguma coisa.
Engulo seco.
Donavan fala com o mesmo atrevimento do passado e isso mexe com os meus sentidos.- Já tomou café? - ele pergunta, desconversando.
Ele se aproxima com uma confiança silenciosa, e sinto minhas pernas fraquejarem. Vestido apenas com uma bermuda azul de moleton, seu corpo exibe o retorno da força e definição.
Mas o que mais chama minha atenção são as pequenas cicatrizes que pontuam sua pele, adicionando um ar de mistério e profundidade que antes não estavam lá, fazendo com que ele pareça ainda mais intrigante e irresistível. Essas marcas contam uma história não dita, me lembrando que eu também faço parte dela. Aliás, eu era a causa delas.Respondo casualmente me esforçando para ser natural, enquanto pensamentos sobre o corpo tentador de Donavan me enlouquecem.
- Ainda não! Parece que o café virou brunch, e essa camiseta não combina com a festinha no jardim que a sua mãe está preparando. Vou ter que me trocar e parecer normal.
Ele solta um sorrisinho frouxo e olha para dentro do meu quarto por cima do meu ombro.
- O que tem naquele caderno preto, em cima do seu criado mudo? Eu sempre vejo você tão concentrada escrevendo nele.
Olho para trás e o caderno está meio aberto. A curiosidade de Donavan sobre o conteúdo do caderno me desestabiliza. Respondo normalmente tentando disfarçar minha tensão.
- É só um caderno de desenho com rascunhos. - dou de ombros, fingindo não ter importância.
Se ele descobrisse esses desenhos ou soubesse o que se passa na minha cabeça, eu provavelmente derreteria de vergonha no ato. Posso sentir minhas bochechas ficando vermelhas se transformando em tomates maduros. Melhor mudar de assunto rápido.
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EU, VOCÊ e o que não dizemos!
RomansaA única coisa que Chloé não podia, ou melhor dizendo, a única pessoa por quem ela não devia se apaixonar, era Donavan, seu meio-irmão. Mas seria impossível ignorar a atração que sentia por aquele olhar profundo e enigmático, uma sombra sedutora que...