Entre Casacos e Cobertores

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Luke finalmente encontra seus irmãos na padaria, o ponto de encontro habitual deles.

Luke: Oi, Hony e Clai, estou de volta.

Ao ver Luke, seus irmãos abrem sorrisos enormes. Honyer, curioso e aliviado, pergunta:

Honyer: Onde você estava? Estávamos preocupados.

Luke não responde diretamente, mas sorri, tentando mudar de assunto.

Luke: Hoje nós vamos comer bem e... fazer compras.

Claire, captando apenas a última palavra, reage com entusiasmo.

Claire: Compras?? Você tá falando sério?

Luke: Sim, Clai, mas vamos comprar só o que for útil, tá?

Claire: Tudo bem! Isso já é ótimo!

Honyer, ainda preocupado, pergunta com cautela.

Honyer: Mas Luke, onde você conseguiu dinheiro?

Luke hesita, um pouco envergonhado, antes de responder.

Luke: Ah... um amigo meu... ele é muito generoso.

Honyer, desconfiado, insiste:

Honyer: Amigo? Você não está mentindo, está?

Luke: Não, Hony, não estou. Não se preocupe com isso.

Luke logo larga sua sacola de roupas no chão e começa a procurar algo dentro dela. Honyer, curioso, pergunta:

— O que você está procurando aí?

— São roupas que ganhei de um amigo. Trouxe algumas para vocês — responde Luke, com um sorriso.

Os olhos de Claire brilham ao ver Luke retirar um casaco de veludo vermelho brilhante da sacola.

— Que lindo! É para mim? — pergunta Claire, encantada.

Luke ri, divertido.

— Pode ser, Claire. Você gostou? Se quiser, é seu.

— Obrigada, Luke! — Claire responde com um enorme sorriso, enquanto pega o casaco com cuidado.

Algum tempo depois, os irmãos decidem visitar uma loja não muito longe dali. Quando chegam, ficam maravilhados com a variedade de cobertores peludos à venda.

— Esse azul é tão bonito! Podemos levar esse? — sugere Honyer, empolgado.

— Claro, Honyer! Mas, por enquanto, só esse. Precisamos economizar, o dinheiro não pode acabar tão rápido — responde Luke, com animação, mas também com uma pitada de prudência.

"Está decidido, levaremos este," Honyer declarou, tentando soar animado, mas sua voz carregava uma leve hesitação.

Após concluírem as compras, que incluíram uma coberta peluda, três almofadas pequenas e um isqueiro, os irmãos se dirigiram ao mercado em busca de algo para comer. Caminhavam em silêncio, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Ao chegarem, foram direto à seção de marmitas, pegando três delas, uma garrafa de suco e um pequeno saco de maçãs. Luke, ao ver as pequenas conquistas em suas mãos, sentiu uma onda avassaladora de emoção. Não era tristeza pelo pouco que tinham, mas pela gratidão e culpa que se misturavam dentro dele — por poder oferecer algo tão simples, mas que significava tanto.

"Me perdoem," murmurou Luke, a voz embargada enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto. "Estou tão feliz por poder fazer isso por vocês... Mas eu queria que fosse mais, muito mais."

Claire, sentindo o peso das palavras de Luke, aproximou-se dele e o envolveu em um abraço apertado, deixando escapar uma lágrima que ela tentou, em vão, segurar. "Não precisa se desculpar, Luke. Nós te amamos, e isso é tudo o que importa. Hoje, vamos ter uma noite especial, e é graças a você."

Honyer, que tentava manter a compostura, forçou um sorriso enquanto lutava contra o nó que se formava em sua garganta. "Vamos, Luke. Não fique assim, você fez o melhor. Agora vamos ao caixa antes que esse momento se perca. Quero aproveitar cada segundo com vocês."

Quando chegaram ao beco, o som, aquele mesmo som de antes estridente do megafone cortou o ar, trazendo uma onda de preocupação.

"NÃO SAIAM DE SUAS CASAS! REPITO, NÃO SAIAM DE SUAS CASAS! UM VÍRUS TRANSMISSÍVEL ESTÁ INFECTANDO OS HABITANTES DA CIDADE. É IMPERATIVO QUE TODOS PERMANEÇAM SEGUROS EM SUAS RESIDÊNCIAS!"

O anúncio ecoou na mente de Luke, e a realidade do aviso o atingiu como um soco. "Residências," ele repetiu para si mesmo, sentindo o peso daquela palavra. "Como posso proteger vocês aqui, neste lugar?" Ele murmurou, a voz quase inaudível, cheia de uma tristeza profunda.

O silêncio que se seguiu foi preenchido por um sentimento compartilhado de desamparo.

"Merda...tinha até me esquecido disso" murmura Luke.

(No meio da história eu acabei tentando trocar a forma de escrita, mas não me agradou, espero que não estranhem)

A Última Investigação: Desvendando a Própria MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora