015

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me encontra em todo mundo
procura e me destrincha a fundo
me diz qual amor não é confuso?
minado, inseguro.

Helena

Amarrei meu cabelo enquanto caminhava pela rua. Era fim de tarde, o céu tingido de um tom rosado se misturava com o azul escuro da noite. Já se passou uma semana desde aquela noite na praia com Medina e agora mais uma semana está chegando ao fim, com meu aniversário a apenas algumas horas de distância. Ao entrar em casa, fui direto tomar um banho longo. Vesti um short de pijama e uma blusa de alcinha confortável. Sentei-me em frente à penteadeira e comecei a pentear meus cabelos úmidos. Gabriel deve estar chegando a qualquer momento, e se ele se atrasar, já vou logo brigar para ele ver onde está amarrando o cavalo dele.

Não conseguimos mais nos desgrudar, e eu gosto disso. Gosto dele, gosto de quem sou ao lado dele, mas, principalmente, amo a sensação de lar que ele me traz. Meu celular vibrou sobre a penteadeira e eu o peguei, vendo a mensagem dele avisando que havia chegado. Apenas visualizei e caminhei rapidamente até a porta. Ao abrir, o vi com uma caixinha em uma mão, uma sacola na outra, todo desajeitado e com aquele sorriso característico.

── Feliz aniversário adiantado! Tentei chegar perto da meia-noite por causa disso. — Disse, me abraçando e beijando o canto da minha boca.

Como ele soube?!

── Como você soube? — Perguntei, com um brilho no olhar, enquanto caminhávamos até a cozinha. ── Obrigada, amor! — Falei, entrelaçando meu braço ao redor do tronco dele, e ele riu baixinho.

── Mari, óbvio. — Respondeu. ── Acho que você vai gostar! — Disse, me entregando a pequena caixa, e eu abri um sorriso largo, segurando-a em minhas mãos.

Abri e então encarei a corrente, sem nem perceber a ternura que meu olhar transmitia. Um pingente de uma onda e outro de uma câmera. Meu coração estava extremamente aquecido e eu me sentia totalmente feliz com isso.

── Gabriel... Eu amei! — Falei, levantando o olhar, e notei um sorriso se formar em seus lábios antes dele dar a volta e ficar atrás de mim.

── É para remeter como a gente se conheceu, o mar, você fotografando. — Disse, colocando meus cabelos, amarrados em um coque totalmente malfeito, de lado. Em seguida, segurou a corrente e a colocou em meu pescoço, prendendo-a. ── Que bom que gostou, nega, fiquei meio pá na hora de comprar porque eu sou um terror escolhendo presentes.

── Bom... — Falei, me virando de frente para ele enquanto segurava os pingentes com os dedos. ── Dessa vez você acertou muito!

Ele colocou uma mecha solta do meu cabelo atrás da orelha, desceu as mãos até a minha cintura e então me prendeu ali, aproximando seu rosto e beijando o canto da minha boca enquanto eu levava minhas mãos até sua nuca. Cravei as unhas na região e fechei os olhos ao sentir nossos lábios se tocarem em um beijo lento e calmo.

O que tá rolando entre a gente?

Fui prensada contra a bancada e no mesmo instante subi nela, puxando-o de forma que ele se encaixasse entre minhas pernas. Entrelacei-as ao redor da sua cintura enquanto sentia sua língua disputando espaço com a minha em um beijo mais quente.

Mas tem algo rolando?

Seus beijos desceram para o meu pescoço enquanto suas mãos passeavam livremente pelo meu corpo, me arrepiando a cada toque. Cada toque parecia uma promessa.

lentes no horizonte, gabriel medina. Onde histórias criam vida. Descubra agora