𝐃𝐞 𝐯𝐨𝐥𝐭𝐚.

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Formava-se um círculo com os jogadores da equipe, que haviam acabado de perder um amistoso. No entanto, uma sensação de grande satisfação permeava o ambiente, fruto do intenso treino recém-concluído. A equipe adversária já havia se retirado do recinto, deixando no ar o eco de risadas e conversas.

— Você realmente acredita que Kageyama já se interessou por alguém? Sem ser a bola? — as risadas e os sorrisos se intensificaram após as perguntas dirigidas ao levantador principal da sala. O tema em pauta eram garotas e interesses românticos, tópicos habituais na conversa de jovens prestes a chegar ao segundo ano da faculdade.

Kageyama permaneceu alheio, levantando-se com a intenção de deixar a quadra.

— Ficou chateado?

Nenhuma resposta.

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— Meu amor, venha ajudar a avó. Mal posso esperar pelo grandioso futuro que Deus reservou para você. Vai se esquecer de mim, não vai?

— Jamais, a senhora tem um lugar muito especial no meu coração. A senhora e o Teco. — o gato, já envelhecido, roçava-se nas pernas de [Nome], em um gesto de afeição.

— Aqui, embrulhe as marmitas que preparei. Tenho certeza de que sentirá fome durante a viagem.

— Muito obrigado.

Abandonar a vila após quase uma década era uma tarefa árdua. Contudo, era a decisão mais acertada; com dezoito anos e sem um sonho definido a nível académico, era inadmissível. Minhas notas sempre foram altas, e meus estudos, deligentes, mas para quê? Qual é, afinal, o meu propósito? Essas eram as respostas que eu esperava encontrar no retorno à minha cidade natal. Minha falecida mãe deixara um apartamento em meu nome. Trabalharia no restaurante dos pais de uma amiga de infância. Tudo isso com o intuito de explorar novas oportunidades e traçar novos caminhos. Paixões atuais? Artes, esportes e literatura. Ciências exatas são fáceis, mas não me encantam. Por outro lado, a única pessoa que deixei para trás foi minha querida avó, que cuidou de mim desde o acidente. Não havia mais ninguém; amizades na região sempre foram uma dificuldade para mim. As pessoas me olhavam de maneira diferente, com pena talvez? Não era isso que eu desejava. Superar o grande evento que arruinou minha vida também era uma tarefa árdua, talvez eu diria impossível. Então, quem sabe o que eu realmente procurava era a mim mesma.

— Pelos menos tenho a Rina... Sim, vai dar tudo certo! Meu Deus, estou em nervos! A ponto de falar sem ninguém ouvindo. Loucura.

No caminho refletia sobre as palavras de minha avó. Não sou uma pessoa religiosa, mas sempre admirei a fé dela. Após tudo o que aconteceu, ela ainda acreditava no melhor; a inocência, sem dúvida, é algo que deve ser preservado, algo que perdi naquela noite. Será que ela seria a mesma se tivesse visto o que eu vi? Não sei, mas ainda bem que não.

— Pensamentos felizes? Talvez seja melhor trocar de música, essa melodia melancólica não está me ajudando. Ai! Mas Slowdive é tão bom... Será que o Kageyama já está por lá? Seria incrível reencontrá-lo.

Rina e Kageyama foram os meus melhores amigos de infância. Eu e Rina passávamos todos os dias juntas; já Kageyama, eu só via durante as férias, pois ele não morava em Tóquio. Quando ainda éramos muito pequenos, ele me contava sobre o seu grande sonho de se mudar para Tóquio e jogar vôlei pelo Japão. Sempre achei isso fascinaste nele, tão jovem, mas já com um sonho tão claro. Quem me dera ser assim.

— Será que ele ainda se lembra de mim? Espero que sim.

...

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𝐃𝐚𝐠𝐠𝐞𝐫 - 𝐊𝐚𝐠𝐞𝐲𝐚𝐦𝐚 𝐱 [𝐍𝐨𝐦𝐞]Onde histórias criam vida. Descubra agora