Nimia Recalt, é uma bruxa que acabou de fazer dezoito anos. Seus vizinhos novos são estranhos e ao todo cinco garotos moram na mansão ao lado, Nimia quer matar sua curiosidade mas não sabe ainda sobre as consequências que suas ações vão lhe trazer...
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Nimia Recalt
Descobri o que era o inferno quando meus pés doeram nos malditos saltos
Choraminguei caindo de joelhos no chão, apoiando os braços e ficando em uma posição estranha.
Meus pés estavam ardendo quando me sentei com cuidado e tirei o par de saltos vendo o dedão de ambos meus pés, maltratados com sangue em volta de uma forma tão nojenta que estava ficando estranho encarar tanto.
Os cortes eram fundos e mais do que apenas superficiais.
A unha do pé não aguentaria muito tempo com a tortura cotidiana, ela iria cair a qualquer momento mas não seria a primeira vez que perco uma unha do dedão do pé.
— Caiu levante! — a voz de Morgana me trouxe a notícia de eu não estar sozinha. — Ande Nimia, tem que ter postura se quiser um futuro bom, com um marido ou estudos. Seja lá o que for da sua época.
Sierra parecia estar se saindo bem enquanto andava elegantemente com os saltos de ponta fina e retamente com as mãos na cintura e uma postura impecável.
Coloquei os saltos sentindo meus pés arderem com fisgadas nos pequenos cortes e me equilibrei de pé, tentando não mancar e caminhando com uma postura ereta.
Mas choraminguei caindo novamente. Me sentei no chão pegando uma fita branca e enrolando em alguns dos cortes. O olhar de Morgana estava queimando minha nuca então eu cobri os cortes tão rápido que enquanto eu me levantava para tentar novamente, ela foi mais rápida e me levantou no ar.
Agora, com minhas costas grudadas quase no teto e Morgana vindo até mim com a mão erguida, eu sabia que estava fodida.
— Consequentemente, conheci uma bruxinha desleixada. Ela sofreu muito na sociedade e também não podia pisar em Salem pois foi proibida. Você tem o poder da terra, a sua bruxaria é sombria e também da natureza, tem o mundo em suas mãos e ainda sim preguiça de fazer as benditas coisas do jeito certo.
Tudo em minha doía com a força que ela bateu minhas costas na parede. Mexi os pés tentando me soltar mas ela ainda me erguia.
— Me desculpe. — meu tom vacilou.
— Seu pai pediu desculpas antes de queimar na bendita fogueira! — ela gritou me arremessando no chão.
Com raiva? Ou mágoa, ou... culpa, não sei bem o que ela sentiu quando virou as costas mesmo sabendo o que acabará de fazer.
