Aferrolhar

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Pôr na prisão; aprisionar.

Ao entrar na casa novamente, Peter corre em direção a porta. Ele arregala os olhos, suas sobrancelhas ficam franzidas, e ele fica vermelho como um vulcão entrando em erupção.

— Você algemou minha filha!? — Ele exclamou.

Bufo.

— Eu irei deixá-la ir, se me entregar os manuscritos.

— E se ela não te der os manuscritos?

— O senhor, por escolha, deverá pagar fiança para ela sair de trás das grades.

Subimos as escadas com ela algemada.

— Qual o quarto?

— Aquele. — Ela aponta com o pé levantando a perna.

Entramos no quarto dela e nos trancamos com ela lá dentro. Solto ela das algemas. Freddie fica do lado da porta para ela não tentar fugir.

— Anda, me dá os manuscritos, agora! — Exclamo, mas ela não se mexe. — Pega logo!

Ela vai até a mesa de canto e se vira para mim.

— Seu pai irá ficar decepcionado com você.

— Então fala e me dá logo. O que meu pai tem a ver com isso se ele morreu?

— Ainda acha que seu pai morreu? — Ela ri. — Porra, Locke! Você é tão burro assim?

— Então explica, caralho!

— Seu pai e eu mentimos. Eu, seu pai e sua mãe. Pra você e seu irmãozinho de merda. Ele não morreu, fingimos que ele morreu. Aliás, sua mãe atua bem.

Suspiro e passo minha língua por dentro da boca na bochecha. Eu sei que ela está blefando, não é verdade.

— Você tinha sete anos, Harper.

— Sabe como é. Seu pai é um ótimo chefe, mas um péssimo pai de fato.

— Então onde ele está?

— Eu sou funcionária dele, nunca o entregaria. — Ela se aproxima de mim. — Agora, se quiser descobrir, usa seu talento de merda e descobre... ah, espera... — Ela ri debochando em quanto vem em minha direção e me entrega os manuscritos, mas ela para de rir repentinamente. — Você nem descobriu a primeira mentira sozinho.

— Só não te bato agora — completo — porque é mulher.

Me viro de costas para ela depois de pegar os manuscritos indo embora.

— Você não vai a lugar algum, Locke. — Ela diz, pegando uma arma e apontando para mim.

Mesmo de costas, vejo pelo espelho no canto do quarto ao meu lado que reflete nela. A polícia arromba a porta, ela atira para cima no susto e a arma cai no chão.

— Nem você. — Digo. — Te vejo daqui a alguns bons anos se não pagar fiança.

Folheio os manuscritos dando meia volta ao lado de Freddie.

— Você me enganou! — Ela grita. — Seu filho da puta, eu vou te matar!

Cumprimento Freddie batendo a palmas de nossas mãos um pouco a cima da cabeça e vamos embora. Eu estou muito perto de acabar esse caso. Será mesmo que meu pai é o responsável por isso? Eu não sei, mas vai ser satisfatório descobrir, eu acho.

Apuração Do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora