Fɪʀᴇ

3 1 0
                                    

03:57 PM

O Michael sai do meu quarto, e as roupas pareciam um pouco apertadas pra ele, e não consigo, e escapa um riso dos meus lábios.

-O que foi?! Se você rir de novo, eu te mato. Nós vamos comprar roupas pra mim, queira você ou não.

-Aff, fala sério Clifford. Vamos comer logo, tô morrendo de fome.

Ele revira os olhos e desce as escadas comigo.

04:21 PM

Terminamos de comer, e eu coloco a louça na pia. Começo a lavar a mesma, quando sinto suas mãos na minha cintura, e sua respiração pesada em meus ouvidos.

-Michael, que isso? - digo, rindo.

Ele não responde, mas sinto seus lábios beijando meu pescoço, e uma das suas mãos sobem, massageando meus peitos, enquanto a outra desce para dentro do meu shorts.

-Para, Michael. - Retiro suas mãos de meu corpo, afastando ele de mim.

-Qual o problema, linda?

-Eu nem te conheço direito!

-Hm.

Ele se afasta da cozinha, indo provavelmente até o segundo andar, mas nem ligo, apenas termino de lavar a louça e vou até o meu telefone fixo conversar com meus pais.

Disco o número, e minha mãe atende.

-Mãe?

-Isabelly? Onde você está, querida? Por que sumiu com aquele cara de noite? Tá tudo bem? Você não quis contar à nós sobre seu namorado?

-Eu tô em casa, aqui em Boston, sumi por que não queria ir para o Brasil, está tudo ótimo, e eu não namoro. Foi só um cara aleatório da rua.

-Estranho isso, filha. Eu e seu pai estamos aqui no Brasil, cuidando dos negócios. Que bom que você está bem, filhota.

-Mãe...

-Fala?

-Vocês... Me venderiam? Tipo, por uns 100 mil dólares, ou até 500 mil dólares?...

-O que?! Claro que não! Você é muito mais importante do que qualquer dinheiro.

-Mesmo?

-Sim filha, mesmo. Eu nunca faria isso com você.

Ouço Michael descendo as escadas.

-Mãe, preciso desligar, ok? Depois a gente conversa, tchau!

-Tchau, beijos!

Desligo o telefone, quando vejo Michael me encarando.

-Não sabia que seus pais vieram do Brasil, princesa.

-Mas eles vieram, e qual o problema?

-Nenhum, apenas curiosidade, até mesmo por que seu pai deve ser um alemão, né? - ele ri.

-O que?..

-Ué, no Brasil, todos são negros. E você não.

-Mas... O que você está dizendo, Michael?! Seu desrespeitoso, anti-ético!

-Tô só brincando, princesinha.

-Seu ridículo, eu ainda te mato. Mas falando nisso, onde é que você vai, depois de sair da MINHA casa?

-Sair da sua casa? Eu vou pra minha casa. Para onde mais eu iria?

-Nossa, agora que reparei que não sei sua idade. Eu tenho vinte e um anos, e você?

Blue Wood ParkOnde histórias criam vida. Descubra agora