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Juliette resolveu não ir para casa imediatamente. Precisava ficar um tempo sozinha e resolveu ir andar próximo ao mar.

Sua mente estava barulhenta e ela queria ficar num lugar que lhe trouxesse silêncio. Pediu uma água de coco e ficou sozinha.

Aproveitou a solidão e tomou uma atitude. Escreveu várias mensagens a Rodolffo.

- Oi... Eu sei que você está trabalhando, mas assim que for possível me responde. Quando você vem?

Essa foi a primeira.

- Rodolffo nós precisamos conversar e decidir o quê será de nós dois. Eu sei que errei tanto contigo. Não vou me passar de vítima por que não sou. Mas eu te amo.

Juliette jurou a si mesma que nunca se humilharia ao marido, mas estava disposta a tudo para reconquistá-lo. De seguida mandou um áudio.

- Eu te quero de volta. Estou sofrendo tanto sem você. Nem o Brasil que eu tanto sonhava em voltar tem a mesma cor. Rodolffo eu te preciso. O seu abraço me faz tanta falta. A sua tranquilidade me faz tão bem. Vamos tentar uma vez mais?

Juliette só precisava desabafar e não conseguia guardar essa vontade de falar para si própria. Mas as mensagens não foram entregues e isso  entristeceu seu coração.

...

Enquanto isso nos Estados Unidos.

Rodolffo tinha chegado na empresa hoje bem mais cedo e logo foi chamado até a gestão do RH.

Em seu inglês fluente procurou saber qual era o assunto e descobriu que o seu chefe havia lhe dado férias.

- O senhor está de férias.

- Férias? Mas eu queria ser dispensado.

- Inicialmente são férias.

- Muito obrigado.

De alguma forma ele se sentiu aliviado. Nada o impedia de viajar até o Brasil e antes de retornar para casa viu um site e olhou as viagens disponíveis.

Conferiu que na manhã seguinte tinha um vôo com escalas, mas que o levaria ao seu destino. Nisso começou uma rotina frenética de coisas a fazer antes de viajar. O celular ficou totalmente esquecido e ele não viu as mensagens de Juliette.

...

Já no Brasil.

Juliette voltou a casa dos pais e pareceu mais triste que nos outros dias, mas não partilhou a novidade com eles. Decidiu que Rodolffo seria o primeiro depois dela a saber e nem Preto teria esse privilégio, mas o irmão curioso, foi interrogá-la.

- Está tudo bem irmã?

- Sim. Está tudo bem.

- Você parece tão triste.

- Rodolffo vai voltar Preto e eu vou encontrar com ele.

- Quando?

- Eu espero que em breve.

- Ju... Não vai assim tão fácil. Encontra com ele, mas não se entrega tanto. Se faz de difícil um pouco.

- Preto... Você não entende... Eu não vou ter orgulho diante do homem da minha vida. Rodolffo não é o meu ficante ou um qualquer, ele é o meu marido e eu sei o caráter dele. Tudo que eu mais quero é abracá-lo, beijá-lo e todo o resto.

- Mas ele te deixou sozinha depois que vocês fizeram amor... Lembre-se disso.

- Eu só quero é esquecer desse dia... - ela pensou por instante. - Mas ao menos ele me trouxe algo muito bom.

- Ah Juliette... Não te entendo. O quê tem de bom numa separação? Sendo que vocês se amam.

- Você vai entender em breve.

Juliette entrou no banheiro e foi tomar um banho. Despida frente ao espelho se olhou e se viu diferente.

- Você é o motivo dos sintomas que eu estava sentindo. Bebê, você queria me avisar e eu não percebia. - ela acariciou a barriga. - Eu só quero o seu papai comigo. Só quero que ele queira a nossa família de volta. Se ele não acreditar em mim, não sei se vou resistir. Meu filho, você não foi planejado, mas me dá a maior força que já senti. A mamãe te ama.

Ela tomou um banho relaxante e depois deitou-se na sua cama, adormecendo em seguida.

Preto viu a cena e depois confessou aos pais.

- Eu acho que a nossa família vai aumentar. - ele disse sem saber de nada.

- Como assim? A Juliette tem um namorado? - seu Francisco perguntou surpreso.

- O Rodolffo né pai? O homi tá voltando. E eu tenho quase certeza que a minha irmã está grávida.

Os pais se olharam surpresos e depois os três sorriram.

...

A sua partidaOnde histórias criam vida. Descubra agora