𝐈.

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— [Nome]! — gritava Rina ao me avistar no ponto de encontro, com o rosto marcado por lágrimas recentes, mas exibindo um sorriso radiante.

Como ela mudou. Seus cabelos, outrora negros, agora estavam tingidos de loiro, irradiando uma suavidade que transmitia simpatia e afeto. O sorriso, porém, permanecia o mesmo, encantador como sempre. Rina vestia um vestido branco e preto floral, seus cabelos estavam trançados, e ela usava saltos pretos combinados com meias longas brancas. Um estilo oposto ao meu, que, exausta após cinco horas dirigindo, vestia algo que mais parecia um pijama.

— Rina, meu Deus, como você mudou!

— Digo o mesmo, você está simplesmente deslumbrante! — eu coçava a cabeça, sorrindo, enquanto os elogios continuavam. — Preciso te apresentar ao pessoal, você vai adorar todo mundo. Um dos meus amigos organiza uma festa todos os sábados; não há lugar melhor para conhecê-los!

— Não seria inconveniente eu aparecer sem convite?

— Com esse rostinho, você tem entrada VIP. O Atsumu vai adorar te conhecer!

— Atsumu?

A conversa fluiu enquanto organizávamos cada canto da casa. Era tão divertido estar com Rina pessoalmente; fazia tanto tempo que eu não me sentia tão leve e descontraída. Nossas conversas mudavam de assunto a cada segundo, tudo fluía como se fôssemos almas gêmeas.

A casa ainda era ampla, com dois quartos, uma sala integrada à cozinha, um banheiro e um escritório. Ainda havia móveis antigos, mas muito ainda precisava ser comprado.

— Eu não imaginava que a casa fosse tão grande. Você vai conseguir cuidar de tudo isso sozinha?

— Não. — sorria. — Estou pensando em alugar o quarto extra quando a faculdade começar.

— Você já sabe para onde vai?

— Ainda não. Candidatei-me a todas que me interessam e decidirei na data limite.

— E quais são?

— Literatura, pintura e desenho, música, escultura e esporte. — Rina me olhou confusa, mas sabia que me pressionar sobre o assunto não seria o melhor.

— Boa sorte, amor. Eu vou parar de estudar e continuar no restaurante.

— É isso que você quer?

— Acho que sim. — um sorriso inseguro se formou em seu rosto, mas não tive coragem de fazer mais perguntas.

Que assunto delicado.

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— Kageyama, festa na casa do Atsumu, você vai?

— Sempre tem, você não precisa me avisar.

— Mas você nunca vai.

— Exato. Prefiro treinar aos sábados.

— Que pé no saco. — disse Hinata, irritado.

Melhores amigos de infância, ligados ao esporte. Atualmente, eles não treinavam mais na mesma equipe. No entanto, eram colegas na mesma faculdade e dividiam um quarto no dormitório. O espaço tinha duas camas, uma pequena cozinha improvisada e uma área que servia de escritório e sala. O banheiro era compartilhado com os outros estudantes e ficava no fim do corredor.

— Vamos fazer uma aposta.

— Eu não vou, cala a boca.

— Você sabe que vai perder. — Hinata exibia um sorriso travesso, claramente ciente de suas intenções.

— Fala.

— Amanhã, sexta-feira, temos um amistoso. Se minha equipe perder, nunca mais te incomodo com esse assunto. Mas se ganharmos, você vai a todas as festas que eu for.

— Cala a boca.

— Eu lavo a louça sozinho por um mês.

— Fechado.

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— Como eu odeio afinar essa droga! — Era noite e eu não conseguia dormir. Estar sozinha não era tão fácil quanto eu imaginava. Usava minha guitarra como distração.

Minha avó me enviou uma foto tremida com o Teco, e eu sorri ao vê-la.

— Talvez eu precise de um gato.

Finalmente, meus fones estavam conectados, e tudo estava pronto para eu tentar relaxar. Toquei algumas notas simples que formaram uma melodia suave. Embora minha boca permanecesse silenciosa, dentro de mim ecoavam inúmeros pensamentos. Herdei o dom de tocar guitarra do meu pai; desde pequena, ele me incentivava a gostar do instrumento. Não o censuro, o velho tinha um ótimo gosto.

— Será muito perigoso dar uma volta lá fora? Provavelmente. Não me lembro muito bem da região.

Meus pensamentos foram interrompidos por batidas fortes na porta. Primeiro dia na nova casa e já isso? Tentei ignorar, pois não esperava ninguém, mas as batidas se tornaram mais insistentes. Cedi, peguei uma faca de manteiga, a única que tinha à mão, e fui em direção à porta. Ao abri-la, me deparei com um rapaz, quase o dobro do meu tamanho, de cabelos castanhos e irritado.

— Primeiro dia aqui e você já consegue fazer barulho às onze da noite! Você sabe o que eu tenho que fazer amanhã? — balancei a cabeça, negando, com um rosto assustado. — Pois bem, tenho um jogo amanhã de manhã, entendeu?

— Entendi?

— A temporada está acabando, e amanhã é o último jogo das finais! Então pare de tocar guitarra e estragar a minha preciosa noite de sono.

— Mas estou usando fones, é impossível... — antes que eu pudesse terminar a frase, ele me interrompeu.

— Blá, blá, blá! Sou sensível! Ouço seus dedos tocando as cordas, e você toca muito mal, sabia?

— Obrigado.

— Nada. — ele se afastou rapidamente. Adorei a vizinhança, posso dizer, pouco infantil.

Guardei tudo e me forcei a dormir. Então, na minha contagem de novos amigos, estou no negativo? Acho que sim.

...

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𝐃𝐚𝐠𝐠𝐞𝐫 - 𝐊𝐚𝐠𝐞𝐲𝐚𝐦𝐚 𝐱 [𝐍𝐨𝐦𝐞]Onde histórias criam vida. Descubra agora