• Prólogo •

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" 21-12-xxxx

Esse é o último registro da Humanidade.

Sinto por ter avisado muito tarde, e por não ter tempo para escrever mais.
Talvez, se eu tivesse me esforçado mais, a humanidade ainda tivesse uma chance.
Percebi tarde de mais que o fim estava próximo. Não temos chance de parar a destruição, não temos chance de construir um abrigo, e não temos chance de salvação.

Eu me pergunto no momento, do que vale escrever essa carta? Eu não vou sobreviver, ninguém vai sobreviver, essa carta é insignificante pra história do mundo. Ela nunca vai ser lida por alguém.

Quando eu era criança pensava que ia mudar o mundo. Que ia salvar pessoas. Quando eu era jovem, imaginava como era morrer, e oque eu faria antes da morte. Em minha imaginação, eu tinha um último ato heroico. Agora, eu vejo o quão insignificante é a minha existência.

Varias coisas passaram pela minha cabeça. Não sei oque escrever.

Pensei na destruição que nós humanos fizemos na terra. Nas coisas horríveis que os humanos fizeram uns com os outros... penso, talvez seja apenas uma punição pelos nossos atos.

Não vou dizer que não me arrependo das coisas que não fiz, ou das coisas que eu não devia fazer. Mas agora vendo toda minha vida mais uma vez diante dos meus olhos, eu posso dizer que me arrependo de não ter avisado os outros.

Se tivesse pesquisado, buscado, talvez nós pudéssemos impedir oque vem adiante. Mas agora é tarde de mais.

Não podemos parar aquele meteoro. E talvez pessoas comuns não percebam que ele vem para nós... gosto de pensar que todos vão morrer da forma que realmente são. Não vão se alterar porque a morte os cerca.

Quem sabe que vai morrer procura mudar.

Não tem tempo para redenção.

Ou morre junto, ou sozinho.

Nesse momento, eu sei que não posso fazer nada. Eu vou voltar pra minha mulher, pros meus filhos. Vamos ver o meteoro juntos. Vamos morrer juntos.

Eu não acredito que ainda exista chance para a humanidade. Não acho que alguém vá ler essa carta. Não acredito em Deus, nem em signos, nem no homem.

Mas como um homem da ciência, ou talvez, como uma forma de consolar meu subconsciente diante da aflição agoniante da morte

Eu peço, se essa carta, de alguma forma chegou até você

Por favor

Nos desculpe..."

- Charles Brown

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