𝐖𝐢𝐥𝐥𝐢𝐚𝐦 carrega o peso de um legado sombrio: filho de um notório assassino em série, sua existência é marcada pelo estigma e pela suspeita. Em um cenário em que todos o vê como uma extensão dos crimes de seu pai, ele se blindou contra o mundo...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
Segunda-feira, Fairfax, VA.
21:43 PM
Com as mãos firmes no volante, desafiei o motor do carro alugado a escalar a colina que levava à mansão. Ainda que o lugar estivesse oculto à vista, o vermelho já tingia o céu ao redor. Um arrepio percorreu meu estômago à medida que nos aproximávamos. Estacionei a uma distância segura e prosseguimos a pé.
— Como estou? — John indagou, visivelmente ansioso. Eu sorri, admirando sua inquietação. — Você está elegante.
Ele trajava um smoking azul-marinho que realçava as lentes de contato de um azul mais suave. A gravata listrada em branco e azul complementava seu visual. Ajustei sua máscara artesanal — branca com detalhes em aquarela, pedrinhas cintilantes e conchas. Era única.
— E eu? — perguntei.
— Pensei que só te veria bonito assim em meu casamento.
— Primeiro encontre alguém para namorar — provoquei.
— Ao menos eu já tive um namoro.
A lembrança de John ter namorado me surpreendeu. Ele sempre fora o mais reservado entre nós. Enquanto eu vivia sem amarras, ele era como um pássaro adestrado para não voar longe demais. A ideia de vê-lo com alguém despertou minha curiosidade.
Coloquei minha máscara, afastando esses pensamentos. A curiosidade ainda seria minha ruína.
A mansão exibia uma arquitetura discreta da provinciai francesa, construída com materiais locais e integrada à paisagem. Luzes vermelhas banhavam a estrutura e as árvores circundantes, mergulhando tudo num tom sanguíneo — apropriadamente sinistro para a Noite Vermelha.
— Está animado? — perguntei a John, que parecia conter a respiração a cada passo.
— Sim. E nervoso.
— Basta seguirmos o plano e sermos cautelosos — instruí. — Sorria para as piadas sem graça e concorde com os menos perspicazes.
— Então, devo agir como um idiota sem opinião própria.
— Exatamente.
Encorajei-o com umas palmadas nas costas enquanto nos aproximávamos do hall de entrada, onde um segurança corpulento nos aguardava.
— Convite. — exigiu ele com uma voz grave. John entregou-lhe o convite sem hesitar.
