CAPÍTULO 23

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A luz suave das lâmpadas penduradas no teto da guilda balançava levemente, projetando sombras dançantes nas paredes de pedra. O silêncio reinava no ambiente, interrompido apenas pelo som ocasional do vento lá fora. Cristóvão estava sentado à mesa de madeira maciça, suas mãos repousando sobre ela, enquanto Oliver e Barbara o observavam com expressões intensas. Ambos sabiam que o que viria a seguir poderia mudar a forma como viam Cristian para sempre.

Cristóvão olhou diretamente para Oliver, seu olhar carregado de uma gravidade incomum. "Vocês querem mesmo continuar com o passado de Cristian?" ele perguntou, sua voz baixa, quase como um sussurro.

Oliver e Barbara se entreolharam antes de assentirem em silêncio. Havia uma tensão palpável no ar, como se todos estivessem prestes a atravessar uma linha invisível para um território desconhecido e perigoso.

Cristóvão inclinou-se para frente, suas palavras saindo devagar, como se estivesse pesando cada uma. "Muito bem, então vou contar sobre o início de tudo. O momento em que Cristian decidiu que o poder era mais importante que qualquer outra coisa... e como ele se transformou no que vocês conhecem hoje."

A noite pairava pesada sobre a fortaleza negra que se erguia como um colosso de sombras no horizonte. O castelo de 100 andares, uma estrutura colossal e opressiva, dominava a paisagem. Seus contornos agudos e torres ameaçadoras se projetavam contra o céu estrelado, como um monumento à ambição e ao desejo de poder. Era um símbolo da jornada de Cristian, um destino forjado na escuridão e na aspiração.

Cristian, um jovem com cabelos escuros e olhos implacáveis, estava à beira do precipício, olhando para o castelo com um misto de determinação e frustração. Ele estava prestes a enfrentar seu maior desafio, a culminação de uma jornada marcada por dor, perda e uma busca insaciável por poder. Sua trajetória até aqui havia sido marcada por sacrifícios e traições, e o que estava prestes a acontecer definiria seu destino.

A caverna onde Cristian havia se preparado para o ritual estava imersa em uma penumbra densa, carregada de uma energia sombria e antiga. As paredes de pedra estavam cobertas de símbolos arcanos, brilhando com uma luz sobrenatural. No centro da caverna, um altar macabro de runas e pedras negras irradiava uma aura ameaçadora. Cristian, com um olhar fixo e determinado, preparava-se para o ritual que mudaria sua vida para sempre.

Ele desenrolou um pergaminho antigo sobre o altar, seus olhos fixos nas palavras brilhantes que pareciam pulsar com uma energia própria. As runas emitiram uma luz fria, e o ar ao redor começou a vibrar com uma tensão palpável. Cristian recitou as palavras do feitiço com voz firme e decidida, a cada sílaba ecoando pelas paredes da caverna. "Eu invoco os deuses esquecidos, senhores das sombras e da destruição. Eu, Cristian, ofereço minha alma e minha humanidade em troca do poder que somente vocês podem conceder."

O silêncio que se seguiu foi opressor, e Cristian sentiu um frio gélido envolver o ambiente. Então, as sombras começaram a se agitar, tomando formas grotescas e distorcidas. As runas no altar brilharam intensamente, e uma aura escura preencheu a caverna. As figuras sombrias, imensas e ameaçadoras, começaram a emergir. Cristian sabia que os deuses haviam respondido à sua invocação.

As entidades que surgiram eram uma visão de pura escuridão. Suas formas eram fluídas e distorcidas, seus olhos brilhando como brasas em meio à penumbra. A atmosfera estava carregada com o peso de um poder incompreensível. Cristian, apesar da tensão crescente, olhou diretamente para essas entidades. "Eu desejo poder. Poder para destruir qualquer um que se oponha a mim. Em troca, eu ofereço minha alma."

Os deuses riram, um som que parecia fazer a terra tremer. "Você é corajoso, jovem príncipe, ou talvez apenas tolo," disseram eles em uníssono. "Mas nós apreciamos sua audácia. O que deseja de nós?"

O Eclipse do Rei SombrioOnde histórias criam vida. Descubra agora