Juliette percebeu a noite que Rodolffo tinha visualizado sua mensagem, mas não se animou tanto com a resposta dele:
- Ju... Vamos ter calma. Precisamos sentar e conversar. Eu também sinto saudades. Estou tentando ir ao Brasil o quanto antes, por isso que não assinei o divórcio. Fica bem.
Ela não lhe disse mais nada. Preferiu assim e enquanto assistia a um filme, o irmão veio se juntar a ela.
- Posso? - perguntou fazendo sinal de deitar do lado dela.
- Deita irmão.
Os irmãos deitaram juntos e Preto puxou Juliette para um abraço.
- Nós te amamos Ju e sempre gostamos muito do Rodolffo. De verdade, ele foi um filho para os nossos pais e um irmão para mim, mas nos magoamos muito com a atitude repentina dele.
- Não é uma atitude repentina. Preto eu não fui a esposa que ele esperava.
- Só por que não teve um filho com ele?
- Não. Óbvio que o filho sempre foi um desejo dele, mas eu não estava disposta a ceder e de alguma forma sempre dava o meu jeito de contornar os problemas. Eu fiz coisas para deixar ele contente, mesmo quando estava contrariado. O meu mal sempre foi ser egoísta Preto. No fundo eu estou pagando um preço que eu mesma marquei.
- Ju... Se isso tudo é verdade, acha mesmo que vocês devem voltar?
- Eu me sinto tão arrependida. E eu o amo tanto. Nós não nos traímos, então acredito que seja possível uma volta.
- Ele já te disse quando vem?
- Não exatamente. Mas eu sei que não vai demorar.
- Tomara. Ninguém aguenta mais te ver triste e sem brilho por aí.
- Talvez eu volte para os Estados Unidos. Estou disposta a ceder pelo meu casamento. Preto o Rodolffo é essencial a minha vida. Agora mais que nunca eu sei disso.
- Então fala para ele. Fale tudo. Peça perdão e tenta ter o seu marido de volta.
- Sim. Vou fazer o possível.
Juliette ficou recebendo cafuné do irmão.
...
Enquanto isso no Estados Unidos.
Rodolffo organizava tudo que iria levar nessa viagem.
- Não posso voltar sem vocês. - ele disse colocando as alianças na sua bolsa. - Nunca mais vamos tirar essas jóias dos nossos dedos, até que a morte nos separe Juliette. - ele disse e beijou a aliança dela.
De roupas levaria o básico, por que pretendia voltar e levar todo o resto. Nas piores das hipóteses ele teria que ter um resguardo para o caso do seu plano não dá certo.
Os Estados Unidos era um sonho promissor e por isso ele vivia ali. Juliette não gostava do país, mas Rodolffo adorava. Julgava um lugar bom para viver e criar uma família.
Na casa que escolheu para viver tinha um jardim ideal para brincar com crianças, porém ali nunca tinha vindo nenhuma.
Rodolffo estava decidido a ter uma conversa definitiva com Juliette sobre filhos. Se ela dissesse que realmente não os queria, ele havia tomado a decisão de aceitar.
Se for para ser sincero, um bebê não cabia na vida corrida e submersa ao trabalho que eles tinham. Mesmo desejando muito, sabia que Juliette temia ter uma carga muito pesada apenas para si com a chegada de um bebê.
Pensou e repensou durante todos esses dias sozinho. Lembrou-se de um carrinho de lata que sempre foi seu sonho quando criança e infelizmente ele nunca conseguiu ter o objeto. Nem tudo que queremos na vida está ao nosso alcance e entre Juliette e o sonho de ter um filho, ele escolhia ela, por que nenhuma outra mulher no mundo seria capaz de substituí-la.
Naquela noite, ele dormiu pouco. Antes do amanhecer foi para o aeroporto. Seu coração estava feliz e ele olhou as alianças, sorrindo em seguida.
...
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A sua partida
FanfictionO fim nem sempre é fácil, mas por vezes é necessário. Foi assim que Juliette tentou enxergar o fim do seu casamento com Rodolffo, mas as coisas não são tão simples assim.